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FEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2015

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Estudo realizado por Silva e Fiabani (2010) constatou que mulheres quilombolas em<br />

Tocantins vêm participando de entidades religiosas, políticas e culturais, bem como assumem<br />

a presidência de associações nas comunidades negras.<br />

Em relação às demandas das mulheres na comunidade quilombola Alto do Caixão,<br />

além de escolas pra os filhos com séries mais avançadas, existe a necessidade de emprego<br />

com carteira assinada e qualificação profissional para o mercado de trabalho. Uma das dificuldades<br />

encontradas é a baixa escolaridade das mulheres e o acesso à educação. Novamente,<br />

as relações de gênero ficam evidenciadas na narrativa da mulher a seguir, revelando resquícios<br />

de uma cultura patriarcal e machista ainda vigente, contradizendo a fala anterior de que<br />

as mulheres se encontram em pé de igualdade com os homens.<br />

A questão da escolaridade que é muito precária né, as mulheres casadas né<br />

(risos) que os maridos são muito ciumentos e não querem que as mulheres<br />

estudam. Aqui só tem de noite, e ninguém aceita aqui que a mulher vá estudar<br />

de noite, teria que ser de manha ou de tarde né.(E3)<br />

544<br />

A categoria gênero é fundamental para entender as situações de opressão (internas e<br />

externas) vivenciadas pelas mulheres quilombolas desse estudo. Para Minayo (2007),<br />

Gênero diz respeito a relações de poder e à distinção entre características culturais<br />

atribuídas a cada um dos sexos e às suas peculiaridades biológicas.<br />

As características de gênero se fundam na hierarquia e na desigualdade de<br />

lugares sexuados. A violência de gênero distingue um tipo de dominação, de<br />

opressão e de crueldade estruturalmente construído nas relações entre homens<br />

e mulheres, reproduzidos na cotidianidade e subjetivamente assumidos, atravessando<br />

classes sociais, raças, etnias e faixa etárias (MINAYO, 2007, p.93).

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