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FEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2015

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de Porto Alegre, mulher, branca, pertencente às camadas médias intelectualizadas, estamos<br />

lidando com a “familiarização” do mestre, as trajetórias sociais e dos itinerários urbanos de três<br />

gerações de mulheres negras, oriundos das classes trabalhadoras urbanas, no contexto metropolitano<br />

de Novo Hamburgo. Na adoção de um recorte étnicorracial e de classe para o caso<br />

da pesquisa aqui apresentada tratamos, portanto, de um processo de mão dupla em termos<br />

de aprendizagens da pesquisa no contexto das modernas sociedades complexas, e onde a<br />

dialogicidade torna-se uma estratégia epistemológica fundamental entre as pesquisadoras e<br />

entre elas e as suas parceiras de pesquisa.<br />

Inicialmente batizada de Colônia de São Leopoldo em 1824 pelos imigrantes alemães,<br />

a região onde se localiza Novo Hamburgo/RS, deu origem a outras cidades, intitulando-se mais<br />

tarde como Vale dos Sinos. O município em questão emancipou-se 103 anos depois e consolidou-se<br />

como pólo industrial durante décadas, com base no ideário da introdução do trabalho<br />

livre por oposição ao trabalho escravo na região do Vale dos Sinos.<br />

O mito fundacional da civilização urbana e industrial na região valoriza, portanto, a<br />

trajetória heróica de imigração de famílias alemãs, relegando um papel secundário a outras<br />

etnias, como o caso do período que antecede a vida dos colonos alemães para a região, que<br />

antes era habitada pelas tribos indígenas Charrua e Minuano, além dos escravos traficados do<br />

continente africano para o Rio de Janeiro e enviados ao porto de Rio Grande para o trabalho<br />

forçado nas fazendas e charqueadas (OLIVEN, 1996), alguns usados nas fazendas de produção<br />

de linho ali existentes.<br />

As memórias do mundo do trabalho da região, apesar de ter como marco o mito fundacional<br />

do setor coureiro-calçadista para a construção da identidade da comunidade urbana<br />

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