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FEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2015

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2 O TRABALHO<br />

ESCRAVO<br />

CONTEMPORÂNEO<br />

Em seu formato “tradicional”, a exploração de mão de obra se fundamentava em crenças,<br />

costumes, estruturas agrárias ou de produção deixados como legado do colonialismo.<br />

Tais costumes também resultaram em sistemas de discriminação e desigualdade social com<br />

relação aos grupos considerados minorias – como povos tribais ou as castas, na Ásia, e povos<br />

indígenas na América Latina – que persistem em guiar pré-julgamentos inseridos na sociedade<br />

até hoje. Com a globalização e o acesso facilitado à migração, sua forma mais “moderna” é<br />

associada à busca de vantagens financeiras de maneira ilegal por meio de diversos atores.<br />

Desde 1960 ocorreram transformações econômicas ao redor do mundo que ocasionaram<br />

mudanças significativas nas relações de trabalho. Nos últimos anos, mais de um quarto<br />

da produção mundial de roupas passou a ser fabricada na China – o restante é produzido em<br />

países como Bangladesh, Índia, Turquia, México, Haiti, Camboja, Paquistão e Romênia. (LEE,<br />

2009). Segundo o relatório da Walk Free Foundation (2014) estima-se que 35,8 milhões de<br />

pessoas vivem em condições de trabalho análogas à escravidão em 167 países – 71% delas<br />

encontram-se na Índia, China, Paquistão, Uzbequistão, Rússia, Nigéria, República Democrática<br />

do Congo, Indonésia, Bangladesh e Tailândia. Vale frisar que esses dados representam<br />

uma estimativa quantitativa mínima, pois as fontes básicas de informação e sua correlação<br />

são levantados cuidadosamente sob um processo comprobatório rigoroso. Porém, salienta-se<br />

que a confiabilidade dos números reflete também na qualidade e quantidade das informações<br />

acessíveis. Por exemplo, regiões onde a conscientização sobre o tema é fraca, ou a liberdade<br />

de expressão é restrita, passam a ser resultados menos confiáveis.<br />

Na comparação destes dados, é possível perceber a ligação entre os povos que vivem<br />

sob condições de trabalho exploratórias e os países onde a fabricação fica concentrada. Exis-<br />

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