Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

História da fotografia alemã
No dia quinze de agosto de mil novecentos e sessenta e um, o
soldado da então República Democrática da Alemanha, Hans
Conrad Schumann, nascido na Segunda Guerra Mundial, sai
correndo de Berlim Oriental, cruza a chamada „terra de ninguém“,
solta o fuzil, põe o pé direito na cerca de arame farpado que logo
virará muro, é fotografado pra História, pisa com pé esquerdo em
Berlim Ocidental, à época Alemanha Federal, sorri, é abraçado e
continua correndo até o dia vinte de junho de mil novecentos e
noventa e oito, quando enforca-se no jardim de casa, em Kipfenberg,
já Alemanha Reunificada.
(Berlim Ocidental/Berlim Oriental
Alemanha – 1998)
A margaridinha
O que está faltando?
Se Klaus e Andrea começam bem o dia, é quase certo que não
vão chegar do mesmo modo até a noite. Em alguma daquelas
dezesseis ou dezessete horas que permanecem acordados, qualquer
coisa desconhecida que parte de um ofende o outro
insuportavelmente e vice-versa. Começam a conversar sobre cores
de tulipas, cartões de crédito, filosofias pessoais baratas ou
refinadas e, num segundo, pronto... tudo azeda. Claro que jamais
houve qualquer gesto violento entre eles. Nem um tapa, empurrão,
nada. Klaus e Andrea querem saber se é isso que está faltando.
(Iserlohn – Alemanha – 1998)
Werner está há dois dias no banheiro de sua casa em Wilmersdorf.
Com uma lanterna na mão, foca uma certa margaridinha do azulejo, a
meia altura do chão. Os azulejos são cobertos com essas
margaridinhas, de forma que manter a atenção bem naquela já está
lhe dando dor de cabeça. Ele tem certeza que ela se move quando
não está vendo. Como ninguém o estava levando a sério, resolveu
tirar a coisa a limpo. Não pode sair pra nada. Se for pegar comida na
cozinha ou mesmo uma lata de cerveja, ele tem certeza que a maldita
margaridinha vai mudar de lugar.
(Berlim Ocidental – Alemanha – 1998)
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