Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

década passada e a Espanha que o próprio Almodóvar representa e ajudou a
criar – a da efervescência capaz de dar a volta por cima à ditadura de Franco...«
(VEJA 10/11/04, p. 153)
• Cochilar: „cometer um erro por distração“, derivado de cochilar: dormitar
»Se cochilar, sai convocação.« (VEJA 08/06/05, p. 36)
E, ainda que existentes no léxico de outras línguas, esses lexemas traduzem de
maneira muito plácida a índole e o caráter do nosso povo.
A língua, ao mesmo tempo em que é considerada também um possível fator de
identidade, é um agente revelador de uma sociedade. „As transformações sociais
e culturais se refletem nitidamente no acervo do léxico de uma comunidade“
(ALVES 1990, p. 87). A importância desses termos é indiscutível, a sua produtividade
cresce constantemente. O seu uso, também na imprensa, é cada vez mais
freqüente, o que nos faz pensar se isto não é um reflexo de uma mudança consciente
de comportamento que acompanha as medidas oficiais anti-racistas postas
em prática pelo governo nos últimos anos ou se, inconscientemente, o povo
brasileiro as utiliza por serem mais adequadas à suas intenções comunicativas.
Muitas têm equivalentes no português. Outro ponto importante a assinalar é que
muitos desses vocábulos estão pouco a pouco galgando os andares dos níveis da
língua, do vulgar ou popular para o standard, como se conclui numa análise mais
aprofundada dos mesmos (CUNHA-HENCKEL 2002, 2005b).
Enfim, é impossível imaginar a língua portuguesa falada no Brasil sem esses
africanismos adotados, ou sem os brasileirismos de matriz africana como os acima
mencionados. Sobretudo sem samba, cafuné, cachaça e bagunça. São termos que
refletem a nossa índole, a nossa africanidade, o nosso modo de ser. São, portanto,
reveladores da nossa identidade de brasileiros, do Brasil como nação mestiça
para a qual a contribuição africana foi e é de primordial importância.
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