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Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

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expressionismo alemão, estando aí incluída a obra de Käthe Kollwitz. Mario Gruber,<br />

a quem referiu-se em nota anterior, é um dos artistas do grupo dos „19“ para quem<br />

o expressionismo e a arte social desempenham um importante papel.<br />

A essa geração pertence Renina Katz (1926), carioca, descendente de poloneses,<br />

radicada em São Paulo desde 1951. Engajada politicamente desde<br />

muito jovem, a artista era ativa participante da UNE (União Nacional dos Estudantes);<br />

numa entrevista declara diretamente ser Käthe Kollwitz seu modelo<br />

de drama e militância:<br />

Eu sou realmente da geração pós-guerra. E isso é importante porque<br />

todo meu trabalho nesse período estava muito marcado pela situação<br />

que vivíamos [...], aquela era uma época de rebelião, de protesto, de<br />

afirmação ideológica [...]. Nós tivemos toda uma aproximação com o<br />

expressionismo, e também algumas coisas mexicanas, como o Posada, o<br />

Leopoldo Méndez [...]. Estas influências, que eram fortes do ponto de<br />

vista da temática social, atingiram muito a minha geração [...]. Este assunto<br />

era o assunto, quer dizer, a miséria, a pobreza, a má distribuição<br />

da riqueza, enfim, todos os temas que o expressionismo alemão muito<br />

antes já tinha tratado, ecoaram aqui entre nós com muito vigor [...].<br />

Durante uns dez anos foi mais ou menos o que eu fiz [...]. O meu modelo<br />

eram os expressionistas mais dramáticos, militantes [...]. Não era exatamente<br />

o Munch, mas a Käthe Kollwitz. (BECCARI 1981, p. 10)<br />

Como Lívio Abramo e Carlos Scliar, a artista refere-se a Käthe Kollwitz como<br />

expressionista considerando principalmente a produção de xilogravura da obra<br />

da artista alemã. De fato, do final dos anos 1940 ao final dos 50, período no qual<br />

reconhece a influência de Kollwitz em seus trabalhos, a artista trabalhou predominantemente<br />

com xilo e linoleogravuras. A descoberta da obra da artista alemã<br />

deu-se por volta de 1950, através de reproduções de um livro „encontrado<br />

num sebo em São Paulo“, conforme nos conta a artista (KATZ 1990, p.2). A<br />

identificação foi imediata, refletindo-se em sua produção dos dez anos seguintes,<br />

caracterizando também sua participação na Bienal de Veneza de 1956 e na<br />

exposição „Contribuição ao Realismo“, no Museu de Arte Moderna de São Paulo,<br />

ocorrida naquele mesmo ano. Nesse período a artista adquiriu dois livros sobre<br />

Käthe Kollwitz, que de certa forma funcionaram como fontes iconográficas: um<br />

livro da coleção „Blaue Bücher“ (SCHMALENBACH 1948) e uma publicação<br />

sueca dos anos 40. Em 1951 Renina participa da f<strong>und</strong>ação do Clube de Gravura<br />

de São Paulo, que também sob o estímulo de Scliar, tornara-se por algum tempo,<br />

um núcleo de difusão <strong>das</strong> artes gráficas, marcado pela participação política e<br />

engajamento social. O grupo organizou um curso de xilogravura, pelo qual a<br />

artista era responsável, e publicou a revista F<strong>und</strong>amentos; Renina Katz conta que<br />

haviam planejado até mesmo uma exposição com obras de Käthe Kollwitz, mas<br />

que, por motivos de organização, não pôde ser realizada. Sobre a experiência<br />

da gravura, f<strong>und</strong>amental nesse período de sua obra como um meio para atingir<br />

um público mais amplo, afirma a artista:<br />

A multiplicação de um original provoca a revisão da atitude diante da<br />

tradição valorativa da peça única, assim como uma renovação no con-

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