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Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

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O texto de Mário Pedrosa, comentando a exposição de Käthe Kollwitz em<br />

São Paulo, assumirá enorme importância na divulgação de sua obra no Brasil.<br />

Trata-se do ensaio As tendências sociais da arte e Käthe Kollwitz, já mencionado<br />

anteriormente. Bem mais longo e melhor estruturado do que o artigo de<br />

Mário de Andrade, e sobretudo alicerçado em sólida base teórica, o ensaio de<br />

Pedrosa foi apresentado ao público como conferência elucidativa à mostra,<br />

no dia 16 de junho de 1933, na sede do CAM, e pouco depois publicado no<br />

periódico O Homem Livre. Essa conferência foi um fato marcante não só em<br />

sua carreira, pois com ela estreara como crítico de artes plásticas, como também<br />

na crítica e na arte brasileira da época, pois constituíra a primeira análise<br />

artística sob o ponto de vista social. Intelectual de esquerda, ligado ao partido<br />

comunista e posteriormente ao socialista, Mário Pedrosa foi um ativo militante<br />

político; na carga revolucionária da obra de Käthe Kollwitz encontrou um eco<br />

para suas idéias estéticas. Muito provavelmente Pedrosa a conhecera durante<br />

sua primeira viagem à Europa em 1928, quando passou pela Suiça e Alemanha<br />

(ARANTES 1991). A conferência fora estruturada em duas partes; a primeira e<br />

mais longa, não faz referência direta à obra de Kollwitz; trata-se, antes, de<br />

reflexões teóricas a respeito <strong>das</strong> tendências sociais da arte no decorrer da<br />

história, visivelmente influencia<strong>das</strong> por princípios estéticos marxistas. Já no<br />

início, Pedrosa define a arte como „manifestação social“ e discute como os<br />

modos de produção de um povo condicionam suas formas de arte; analisando<br />

a origem social da arte, demonstra essa dependência desde os povos primitivos,<br />

passando pela arte grega e medieval, enfatizando sobretudo o importante<br />

papel da ligação do homem com a natureza:<br />

Enquanto a técnica não foi de todo separada da condição humana, o<br />

trabalho e a arte não se separaram. Enquanto a mão do homem pôde<br />

exercer uma ação diretriz sobre a técnica (mediadora entre homem e<br />

natureza) e os instrumentos-máquinas, a arte não perdeu seu caráter<br />

eminentemente social. Essa fase do modo produtivo e da técnica coincidiu<br />

com a eclosão da grande arte social da Grécia e, mais tarde, com<br />

a arte interessada e religiosa da Idade Média. (PEDROSA 1933, p. 12)<br />

E prossegue em sua análise histórica, chegando até os tempos em que a burguesia<br />

se impõe como classe dominante:<br />

A Renascença marcou o início do individualismo, com as primeiras<br />

vitórias decisivas do regime capitalista nascente [...]. Sob a forma de<br />

luta entre o ideal monástico medieval e o ideal terreno da Renascença,<br />

revelou-se pela primeira vez uma dissociação crescente na concepção<br />

única entre natureza e sociedade: De função pública que exercia na<br />

Grécia, a arte vai assim degringolando até reduzir-se a uma mera distração<br />

de ociosos abastados, a ornamento e vaidade de príncipes, e<br />

até a disciplina de luxo. (PEDROSA 1933, p. 16)<br />

Abordando o „presente estado“, com a sociedade dividida em duas classes<br />

antagônicas, burguesia e proletariado, o autor percebe a atividade artística como<br />

dividida „estética e socialmente“:<br />

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