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Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

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1.5. Recepção da História no Brasil<br />

O acento que desta forma já muito cedo se colocou no canibalismo e na<br />

nudez dos índios foi decisivo para a recepção européia e dotou a obra, ainda<br />

nos séculos XVI e XVII, de umas 50 edições e traduções. Não menos considerável<br />

é o êxito que a Verdadeira História conheceu no Brasil, embora seu triunfo se<br />

fez notável só a partir do século XX em diferentes traduções e edições. Neste<br />

ano de 2007, o livro está disponível nas livrarias do Brasil em pelo menos cinco<br />

edições diferentes, ilustra<strong>das</strong> a maioria delas. 7 Não seria exagerado afirmar que<br />

Staden é um dos heróis ‚brasileiros‘ mais populares, desde que em 1925 José<br />

Bento Monteiro Lobato adaptou a história do soldado alemão em forma de um<br />

livro de aventuras para jovens, popularizado à maneira de Robinson Crusoe<br />

(FEIJÓ 2003). Até 1996 este livro conheceu 32 edições.<br />

Em sincronia com as preparações para o quinto centenário do descobrimento<br />

do Brasil e quase ao mesmo tempo com a película Staden, apareceu a Verdadeira<br />

História dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens – Primeiros registros<br />

escritos e ilustrados sobre o Brasil numa tradução atualizada de Pedro<br />

Süssekind e foi premiado pela F<strong>und</strong>ação Nacional do Livro Infantil e Juvenil como<br />

melhor livro informativo do ano 1999.<br />

As ilustrações originais não deixaram de desdobrar seu potencial artístico:<br />

em 1941 o grande pintor brasileiro Cândido Portinari criou a partir delas um<br />

ciclo de 26 desenhos à tinta da China, mas que pelo seu caráter escandaloso<br />

para a época não encontraram o agrado do norte-americano George Macy que<br />

encomendara o trabalho. Tanto mais fascinaram o público brasileiro quando<br />

foram publicados – outra vez no contexto do ano simbólico – sob o título Portinari<br />

devora Staden (HERRERO 2003), constituindo assim uma óbvia alusão à estética<br />

modernista que comentaremos mais adiante.<br />

Não surpreenderá, pois, que em 1989 as aventuras de Staden foram verti<strong>das</strong><br />

em quadrinhos pelo famoso artista pernambucano Jô de Oliveira, obra que hoje<br />

em dia é considerada um clássico dos quadrinhos brasileiros. 8 Efetivamente o<br />

passo do original ao gênero da banda desenhada não foi demasiado grande, já<br />

que os diálogos do livro fornecem bastante matéria para os balões, imagináveis<br />

já inseridos nas gravuras originais.<br />

7. A primeira edição em língua portuguesa apareceu em 1892 no Rio de Janeiro, a seg<strong>und</strong>a<br />

em 1900, reeditada em 1930. Em 1941 foi publicada a terceira tradução, feita por<br />

Guiomar de Carvalho Franco, que se baseia na tradução para o alemão moderno,<br />

efetuada por Karl Fouquet, então diretor do Instituto Hans Staden. O catálogo da<br />

Biblioteca Nacional Brasileira http://catalogos.bn.br enumera para o período de 1985 a<br />

2006 25 edições da História, entre elas 17 edições da adaptação popular de Monteiro<br />

Lobato, divulgada sob o título Aventuras de Hans Staden. Seg<strong>und</strong>o informa Franz<br />

Obermeier, este número corresponde a pouco mais da metade <strong>das</strong> edições lobatianas<br />

que realmente têm circulado até hoje. Para to<strong>das</strong> essas questões remetemo-nos à<br />

recente edição crítica preparada pelo próprio Obermeier, com extensa bibliografia.<br />

Lamentavelmente este excelente trabalho aparecido em 2007, não pôde ser tomado<br />

em consideração à hora de elaborar-se o presente artigo.<br />

8. Os quadrinhos se publicaram primeiro na revista italiana Corto Maltese em 1989 e só em<br />

2005 na editorial brasileira Conrads (cf. Naranjo 2005 e Conrad Editora 2006).<br />

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