Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

que, após sua imigração ao Brasil,teve papel importante na vida cultural da sua
nova pátria, especialmente em São Paulo. O autor examina os textos de Rosenfeld,
publicados entre 1954 e 1956, nas edições do Anuário do Instituto. A matéria de
Marlen Eckl se foca em Ernst Feder, redator, jornalista e advogado, que, após
deixar a Alemanha em 1933, trabalhou até o início da guerra em Paris, para em
1941 imigrar ao Brasil. Imediatamente retomou suas atividades como jornalista,
tornando-se notável nos círculos intelectuais do país. Destaca-se a amizade de
Feder com Stefan Zweig, a quem acompanhou até seu trágico fim. Jeffrey Lesser
discorre sobre a adaptação de imigrantes judeus, de origem alemã, ao Brasil, nos
anos de 1933 a 1945. Sérgio Costa traz um estudo comparativo das políticas e
conceitos de imigração brasileiros nos anos de 1930 a 1940 àqueles em vigor na
Alemanha no final do século XX.
O escritor e roteirista Fernando Bonassi, que na qualidade de bolsista do DAAD
viveu na Alemanha, conta, por intermédio de cenas e quadros aforísticos, suas
impressões deste país tão diferente, ao lado de uma cena brasileira. A recepção no
Brasil da obra da conhecida artista alemã Käthe Kollwitz, e a influência de seus
trabalhos nos de gravuristas brasileiros, são analisadas por Eliana de Simone. O
texto de Alexandre Magno Tavares traz a proposta de como se viabiliza o trabalho
com jovens das regiões subdesenvolvidas do nordeste, por meio de parcerias entre
brasileiros e alemães, entre outros, através do treinamento destes baseado nos princípios
de Paulo Freire. Karen Lisboa faz uma análise crítica da viagem empreendida
por Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix pelo Sertão e pela
região do Amazonas. Franz Obermeier traz uma matéria que evoca tanto as atividades
como os relatos de viagem do médico e viajante Robert Avé-Lallemant. O desafio
que representou a tradução ao português da obra de Theodor Koch-Grünberg
Vom Roraima zum Orinoco é o cerne da matéria de Cristina Alberts-Franco. Axel
Kwet informa, por meio de uma descrição impressionante, sobre os dois séculos de
pesquisa de anfíbios e os rastros que estudiosos alemães, envolvidos nesta, deixaram.
A exegese das estrelas na bandeira brasileira, e explicações inerentes a esta são
o foco da matéria de Ingrid Schwammborn. A autora Margareta Tornquist coletou
os „bordados de parede“ das residências de imigrantes alemães no sul do país e
examinou até que ponto estes influenciaram a vida daqueles.
Gerd Kohlhepp, em colaboração com Maria Luiza Renaux, compara o desenvolvimento
industrial no nordeste de Santa Catarina da época de 1960 àquele dos dias de hoje.
Os autores chegam a conclusões interessantes. E esta edição finaliza com um artigo de
Harro Fouquet que, tendo dedicado sua vida profissional integralmente à VARIG, arrola
a história desta companhia aérea fundada por alemães.
A conclusão deste 54° Anuário se dirige aos leitores e interessados em nosso
trabalho, informando sobre atividades e eventos do Instituto Martius-Staden no
ano de 2007, relatados por nossa colega Martina Merklinger. Retomaremos, outrossim,
uma antiga tradição: a partir desta edição publicaremos a bibliografia dos livros
tanto adquiridos como recebidos pelo Instituto, relacionados à temática da
imigração e à história do Brasil.
Este Anuário resultou num intenso volume. A equipe editorial espera que a diversidade
de temas e matérias agrade aos leitores, e que se constitua em mais um
contributo para o entendimento cultural entre Brasil e Alemanha.
Eckhard E. Kupfer
Diretor do Instituto