27.02.2013 Aufrufe

Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

MEHR ANZEIGEN
WENIGER ANZEIGEN

Sie wollen auch ein ePaper? Erhöhen Sie die Reichweite Ihrer Titel.

YUMPU macht aus Druck-PDFs automatisch weboptimierte ePaper, die Google liebt.

Estes se encontram sob diversas formas, a saber: aportes lexicais encontrados<br />

nos diferentes níveis de língua; elementos lexemáticos nas línguas usa<strong>das</strong> como<br />

código secreto por grupos componentes de algumas comunidades descendentes<br />

de africanos como por ex. Caf<strong>und</strong>ó e Patrocínio em SP (VOGT/FRY 1982, 1983,<br />

1985, 1996; VOGT/FRY/GNERRE 1975, 1980, 1984) e Bom Despacho, em MG<br />

(QUEIROZ 1984, 1998) nas línguas-de-santo (CASTRO 2001, p. 80) na linguagem do<br />

povo de santo (CASTRO 2001, p. 97) e, por fim, na forma de elementos crioulóides<br />

nas variedades do português falado por populações rurais como por exemplo<br />

Helvécia, na Bahia (FERREIRA 1985) e no Vale do Ribeira, em São Paulo (CARENO<br />

1997), onde grande parte dos habitantes são descendentes de africanos.<br />

É sobre o primeiro tipo de contribuição assinalado acima, o dos aportes lexicais,<br />

que atualmente são computados em mais ou menos 3500 vocábulos, incluindo os<br />

derivados, sobre os quais faremos algumas observações, tentando mostrar a importância,<br />

cada vez crescente, destes termos no nosso vocabulário do cotidiano.<br />

Que palavras relativas aos cultos religiosos de origem africana como candomblé,<br />

xangô, orixá, afoxé, e à cozinha afro-brasileira como vatapá, acarajé evoquem<br />

de imediato aos ouvidos dos brasileiros a sua origem africana, apesar da sua<br />

integração ao sistema da língua portuguesa, é um fato. No entanto, o mesmo não<br />

acontece com palavras como caçula, carimbo, cafuné, b<strong>und</strong>a, etc. É então, para<br />

estes termos tão presentes na nossa língua cotidiana e dos quais não temos consciência<br />

da origem africana, que a atenção será centrada.<br />

Contemplando esta enorme contribuição do ponto de vista sincrônico, vários<br />

são os aspectos a considerar. Primeiro, a intensidade com a qual estes termos são<br />

utilizados no nosso cotidiano, seg<strong>und</strong>o, a sua produtividade, terceiro, a nossa<br />

falta de consciência da importância desta contribuição e, por último, a constatação<br />

da sua utilização como instrumento inconsciente de denúncia do racismo sutil<br />

existente no seio da sociedade brasileira.<br />

Apesar de o número de africanismos ser menor do que o de tupinismos –<br />

cerca de 10.000, incluindo os topônimos – „eles têm mais curso“, como afirma<br />

Gladstone Chaves de Melo (1981, p. 43). Eles encontram-se sobretudo no registro<br />

informal e na língua coloquial, mas também no português padrão. E foi justamente<br />

isto que constatei e tenho constatado nas minhas leituras. É raro abrir uma<br />

revista brasileira ou um jornal brasileiro sem encontrar uma palavra portuguesa<br />

de origem africana.<br />

Vejamos alguns exemplos colhidos aleatoriamente:<br />

bagunça<br />

»Querer contar os presidentes direitinho, como fazem os americanos, é igual a<br />

festejar o Halloween. É querer imitá-los. Assumamos a nossa história. A impossível<br />

lista dos presidentes reflete nossa bagunça f<strong>und</strong>adora.« (VEJA 15/01/2003, p. 98)<br />

b<strong>und</strong>a<br />

»„Não sou convencida, mas acho que devo mostrar a minha b<strong>und</strong>a em ocasiões<br />

especiais, para alguém especial.“ Gisele Bündchen, top modelo brasileira, contando<br />

à revista VOGUE inglesa, que seu contrato impede que mostre seu derrière.« (VEJA<br />

14/12/05, p. 43)<br />

67

Hurra! Ihre Datei wurde hochgeladen und ist bereit für die Veröffentlichung.

Erfolgreich gespeichert!

Leider ist etwas schief gelaufen!