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Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

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A transformação do discurso indireto em direto é um fenômeno normal e<br />

necessário que acompanha a ‚dramatização‘ de um texto narrativo, já que a<br />

função do narrador como instância mediadora é transpassada aos códigos visuais<br />

e auditivos próprios do meio cinematográfico. Esses, em geral, transportam<br />

a informação de maneira mais imediata.<br />

No entanto, no caso de Hans Staden a apresentação adquire uma imediatidade<br />

desproporcionada em relação ao texto primário, que não se deve somente<br />

à passagem de um meio a outro. É que o discurso do livro, por sua qualidade<br />

autobiográfica e a atenuação do dramatismo que deriva da reflexão e o<br />

indireto do discurso, cria uma maior distância da realidade representada do<br />

que seria o caso num texto narrado em discurso objetivo, que corresponderia à<br />

norma de uma crônica historiográfica. A película procura estabelecer uma máxima<br />

contigüidade entre o espectador e a ação. Um dos meios para consegui-la<br />

consiste em renunciar à tradução do tupi (que é um princípio natural ao que<br />

obedece a História, escrita para leitores alemães), eliminando desta forma um<br />

nível de refração que teoricamente diminui a autenticidade da representação.<br />

O roteiro faz falar em tupi – a saber, na língua geral – não só os índios tupinambás,<br />

mas também Staden e os demais europeus. Isto leva a pensar que os autores do<br />

filme se esforçaram por desentulhar, numa atitude quase arqueológica, o núcleo<br />

objetivo, brasileiro, escondido e encoberto no discurso subjetivo de um<br />

cristão europeu.<br />

A mesma intenção manifesta-se na adaptação <strong>das</strong> xilogravuras, cuja existência<br />

se revela certamente como uma condição muito favorável para a encenação.<br />

Em bastantes seqüências é óbvio que o cenário se orienta na imagem e não<br />

no texto. Um exemplo convincente é a cena HS 01:10:46, que corresponde à<br />

gravura do cap. 47: Staden numa pose expressiva, rezando ajoelhado frente a<br />

uma cruz de madeira.<br />

Fig. 5: „Eu tinha feito uma cruz de varas grossas e a plantara em frente à choça em que morava.<br />

Aí orava ao Senhor muitas vezes. Recomendara aos selvagens que não a arrancassem , pois<br />

disso podia resultar-lhes uma desgraça; não acreditaram, entretanto, na minha palavra.“<br />

(STADEN cap. 47 [46])

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