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Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

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tion by citing 21 examples of words with African provenance<br />

from Brazilian press releases, indicating their source<br />

language, the date of entry into written Portuguese language,<br />

signalizing their frequency of usage and their productivity.<br />

Furthermore, there will be pointed out semantic<br />

changes, to which some terms were submitted, due to the<br />

interethnic relations on the Brazilian territory, in which<br />

the African element was not a privileged one.<br />

Repassando o panorama lingüístico no território brasileiro da época colonial,<br />

encontramos o português, língua transplantada pelos colonizadores e imposta<br />

por lei como língua oficial do Brasil em 1757/8 , convivendo em diferentes graus,<br />

com as inúmeras línguas dos habitantes indígenas e as muitas línguas africanas<br />

leva<strong>das</strong> pelos cerca de quatro milhões de africanos transportados como escravos<br />

por mais de três séculos.<br />

Deste convívio, é mais que normal que a língua portuguesa tenha-se apropriado<br />

de muitos termos destas outras línguas para descrever realidades próprias do<br />

Novo M<strong>und</strong>o ou hábitos, comi<strong>das</strong> e conceitos, experimentados na convivência<br />

estreita com esses povos de outras culturas.<br />

No que se refere aos falantes de línguas africanas, Houaiss (1985, p.101) considera<br />

legítimo admitir que os africanos de origem sudanesa e banto levados para o<br />

Brasil, representassem uma imensa variedade de proveniências, falando um número<br />

considerável de línguas (mormente dos grupos sudanês e banto) nunca<br />

inferior a 20% <strong>das</strong> línguas da África. Esta cifra significa, em números absolutos, 300<br />

a 400 línguas com grupos de falantes em quantidades variáveis, dispersos pelo<br />

território brasileiro.<br />

É do nosso conhecimento que ao comprar os escravos, havia por parte dos<br />

futuros proprietários o cuidado em misturar as etnias o máximo possível, para que<br />

não constituíssem motins contra eles. Do lado do governo português da colônia<br />

americana e da metrópole havia total falta de interesse por essas línguas, assim<br />

como também por parte dos jesuítas, que detinham o monopólio da educação<br />

formal no Brasil até 1758, apesar de algumas exceções por parte destes (DIAS<br />

1697; CASTRO 2002). Sendo assim, estas línguas, apesar do grande contingente<br />

de falantes, diluíram-se pouco a pouco no solo brasileiro.<br />

No entanto, o contato dos povos africanos com os falantes lusófonos foi muito<br />

estreito. O papel da mulher negra na educação e criação dos filhos dos senhores<br />

brancos foi de primordial importância para a formação da sua maneira de ser<br />

(CASTRO 1990; CUNHA-HENCKEL 2005c). E o número de africanos era muito<br />

grande. Às vezes, seg<strong>und</strong>o a região e a época, a população africana era maior que<br />

as <strong>das</strong> outras etnias. „Em 1800, cerca de dois terços da população do país – 3<br />

milhões de habitantes – são formados por negros e mulatos cativos e libertos“<br />

(ALMANAQUE ABRIL 2000, p. 263).<br />

Assim sendo, apesar de todos os fatores contrários à sua difusão – descaso,<br />

circunstâncias materiais desfavoráveis, misturas de etnias, distância social entre<br />

as raças, etc. – era impossível elas não deixarem vestígios no português<br />

falado no Brasil.

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