27.02.2013 Aufrufe

Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

Flüchtlinge und das ‚Aushandeln

MEHR ANZEIGEN
WENIGER ANZEIGEN

Sie wollen auch ein ePaper? Erhöhen Sie die Reichweite Ihrer Titel.

YUMPU macht aus Druck-PDFs automatisch weboptimierte ePaper, die Google liebt.

180<br />

De um lado a arte desses criadores que ficam absorvidos por essa<br />

seg<strong>und</strong>a natureza superposta à primitiva que é a nossa natureza moderna<br />

e mecânica – a técnica – desligados completamente da sociedade<br />

[...] para não tomar uma atitude em frente à implacável batalha <strong>das</strong><br />

duas classes inimigas [...], fechados num hermetismo diletante [...]. No<br />

outro lado, colocam-se os artistas sociais, aqueles que se aproximam<br />

do proletariado e [...] divisam a síntese futura entre natureza e sociedade<br />

[...]. É o que explica o realismo do proletariado e os artistas que<br />

o exprimem. É o caso de Käthe Kollwitz. (PEDROSA 1933, p. 18)<br />

Nesta seg<strong>und</strong>a parte, ao analisar a obra da artista, Mário Pedrosa justifica seus<br />

pressupostos teóricos:<br />

O destino da arte de Käthe Kollwitz não está, pois, na própria arte.<br />

Está socialmente no proletariado. É uma arte partidária e tendenciosa.<br />

Mas que assombrosa universalização! [...] É um novo humanismo superior,<br />

um autêntico e novo classicismo, surgindo dramática e espontaneamente<br />

da própria vida. (PEDROSA 1933, p.25)<br />

Ao observar os temas preferidos por Kollwitz, o autor destaca a guerra,<br />

enfatizando o ponto de vista de sua apreensão:<br />

A guerra vista pelo povo, a guerra do lado de lá da barricada social,<br />

sentida pelo proletariado, sem deformação ideológica ou tendenciosa,<br />

sem a ignóbil masturbação patriótica com que é exaltada, sem reclame<br />

de soldados [...] sem glória, sem generais estrelados e gordos [...]. A<br />

guerra de Kollwitz só tem sacrifícios anônimos e monstruosos, só tem<br />

viúvas a quem não resta mais nada, na miséria e na dor.<br />

(PEDROSA 1933, p. 26-27)<br />

Examinando as fases da obra da artista, Pedrosa assinala acertadamente uma<br />

primeira fase de influência naturalista e uma seg<strong>und</strong>a fase que coincide com a<br />

imposição do proletariado como classe na Alemanha:<br />

A doutrina do socialismo científico surgia pela primeira vez como arma<br />

específica [...] no combate pela sua emancipação. Surgiram assim simultaneamente<br />

a primeira organização revolucionária da classe, o seu<br />

partido político que era então a social-democracia, e a sua primeira<br />

grande artista na pessoa de Käthe Kollwitz. (PEDROSA 1933, p. 29)<br />

Numa atitude inédita para a crítica de seu tempo, Mário Pedrosa descreve na<br />

obra de Käthe Kollwitz traços que a caracterizam como arte feminina:<br />

Dentro do próprio proletariado, a artista tem sua preferência. É que,<br />

além de sua classe, ela é de seu sexo. É a artista da mulher proletária.<br />

(PEDROSA 1933, p. 30)<br />

Mas logo a seguir nos induz à associação de feminilidade com sentimentalismo:<br />

„a reação feminina é puramente instintiva e sentimental“, e procura com<br />

esse argumento justificar a ausência da representação dos opressores do proletariado,<br />

a burguesia, ao contrário do exemplo de George Grosz, com sua sátira

Hurra! Ihre Datei wurde hochgeladen und ist bereit für die Veröffentlichung.

Erfolgreich gespeichert!

Leider ist etwas schief gelaufen!