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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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antígeno (os chamados anticorpos policlonais). Um grande avanço na obtenção dos<br />

anticorpos cujas estruturas podiam ser elucidadas foi a descoberta de que pacientes<br />

com mieloma múltiplo, um tumor monoclonal de plasmócitos produtores de anticorpo,<br />

frequentemente têm grandes quantidades de moléculas de anticorpo<br />

bioquimicamente idênticas (produzidas pelo clone neoplásico) em seu sangue e<br />

urina. Imunologistas verificaram que esses anticorpos podiam ser purificados até a<br />

homogeneidade e analisados. O reconhecimento de que as células de mieloma<br />

produzem imunoglobulinas monoclonais levou à tecnologia extremamente importante<br />

de produção de anticorpos monoclonais, descrita mais adiante neste capítulo. A<br />

disponibilidade de populações homogêneas de anticorpos e plasmócitos produtores<br />

de anticorpo monoclonal facilitou a análise estrutural detalhada das moléculas de<br />

anticorpo e clonagem molecular dos genes para anticorpos individuais. Estes foram<br />

grandes avanços em nossa compreensão do sistema imune adaptativo.<br />

Características Gerais da Estrutura do Anticorpo<br />

Proteínas plasmáticas ou séricas podem ser fisicamente separadas baseando-se nas<br />

características de solubilidade das albuminas e globulinas e podem ser separadas<br />

com mais precisão pela migração em um campo elétrico, um processo chamado de<br />

eletroforese. A maioria dos anticorpos é encontrada no terceiro grupo mais rápido de<br />

migração das globulinas, chamado de globulinas gama para a terceira letra do<br />

alfabeto grego. Outro nome comum para o anticorpo é imunoglobulina (Ig), fazendo<br />

referência à porção que confere imunidade da fração gamaglobulina. Os termos<br />

imunoglobulina e anticorpo são usados indistintamente ao longo deste livro.<br />

Todas as moléculas de anticorpo compartilham as mesmas características<br />

estruturais básicas, mas apresentam marcante variabilidade nas regiões onde<br />

os antígenos se ligam. Esta variabilidade das regiões de ligação do antígeno é<br />

responsável pela capacidade de diferentes anticorpos se ligarem a um grande<br />

número de antígenos estruturalmente diversos. Em todos os indivíduos, existem<br />

milhões de diferentes clones de células B, cada uma produzindo moléculas de<br />

anticorpo com os mesmos locais de ligação do antígeno e diferentes nestes locais<br />

dos anticorpos produzidos por outros clones. As funções efetoras e propriedades<br />

físico-químicas comuns dos anticorpos estão associadas a porções de ligação de<br />

moléculas diferentes de um antígeno, que exibem relativamente poucas variações<br />

entre os diferentes anticorpos.<br />

Uma molécula de anticorpo tem uma estrutura simétrica do núcleo<br />

composta de duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas<br />

(Fig. 5-1). Ambas as cadeias leve e pesada contêm uma série de unidades<br />

homólogas repetidas, cada uma com cerca de 110 resíduos de aminoácidos de<br />

comprimento, que se dobram independentemente em um motivo globular que é<br />

chamado de domínio Ig, introduzido nos Capítulos 3 e 4. Um domínio Ig contém duas

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