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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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A descoberta do papel fundamental do MHC no reconhecimento de antígenos pelas<br />

células T CD4 + e CD8 + T revolucionou o campo da imunologia e abriu caminho para<br />

a nossa atual compreensão da ativação e funções dos linfócitos.<br />

Descoberta do MHC<br />

O Camundongo do MHC (Complexo H-2)<br />

O MHC foi descoberto a partir de estudos de transplante de tecidos, e somente<br />

muitos anos mais tarde foram elucidadas a estrutura e a função das moléculas do<br />

MHC. Era sabido desde o início dos transplantes que tecidos, como a pele, trocados<br />

entre indivíduos não idênticos eram rejeitados, enquanto os mesmos enxertos entre<br />

gêmeos idênticos eram aceitos. Estes resultados mostraram que os genes herdados<br />

deveriam estar envolvidos no processo de rejeição de tecidos. Na década de 1940,<br />

para analisar a base genética da rejeição do enxerto, os investigadores produziram<br />

linhagens isogênicas de camundongos por acasalamento repetitivo de irmãos. Os<br />

camundongos isogênicos são homozigóticos em cada lócus genético (isto é,<br />

possuem duas cópias do mesmo alelo de cada gene, um de cada pai) e todos os<br />

camundongos de uma linhagem isogênica são geneticamente idênticos (singênicos)<br />

a outro camundongo de mesma linhagem (ou seja, todos expressam os mesmos<br />

alelos). Linhagens diferentes podem expressar alelos diferentes e são referidas como<br />

alogênicas umas às outras. Através da criação de linhagens congênitas de<br />

camundongos que rejeitavam enxertos de outras linhagens, mas que eram idênticos<br />

para todos os outros genes, esses pesquisadores mostraram que uma única região<br />

genética é a principal responsável pela rápida rejeição de enxertos de tecidos, e esta<br />

região foi chamada de lócus principal de histocompatibilidade (histo, de tecido). O<br />

lócus específico identificado em camundongos foi ligado a um gene no cromossomo<br />

17 que codificava um antígeno de grupo sanguíneo chamado antígeno II e, por<br />

conseguinte, esta região foi chamada de histocompatibilidade-2 ou, simplesmente, H-<br />

2. Inicialmente, acreditava-se que esse lócus continha um único gene que controlava<br />

a compatibilidade de tecidos. No entanto, eventos ocasionais de recombinação<br />

ocorreram no lócus H-2 durante o intercruzamento de diferentes linhagens, indicando<br />

que, na verdade, ele continha vários genes diferentes mas estreitamente ligados,<br />

muitos dos quais estavam envolvidos na rejeição do enxerto. A região genética que<br />

controlava a rejeição do enxerto e continha vários genes ligados foi chamada de<br />

complexo principal de histocompatibilidade. Apesar de não conhecido durante<br />

os experimentos iniciais, a rejeição do transplante é, em grande parte, um processo<br />

mediado por células T (Cap. 17) e, por conseguinte, não é surpreendente que exista<br />

uma relação entre a rejeição do enxerto e os genes do MHC que codificam as<br />

moléculas do MHC que ligam a peptídios, reconhecidas pelas células T.<br />

O MHC Humano (HLA)

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