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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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próprios e estranhos levanta duas questões. Em primeiro lugar, como uma célula T<br />

é capaz de reconhecer e ser ativada por qualquer antígeno estranho se,<br />

normalmente, todas as APCs apresentam principalmente complexos peptídio<br />

próprio-MHC? A resposta, como mencionado anteriormente, é que as células T<br />

são muito sensíveis e precisam reconhecer especificamente poucos complexos<br />

peptídio-MHC para serem ativadas. Desta forma, um antígeno recentemente<br />

introduzido pode ser processado em peptídios que se associarão a um número<br />

suficiente de moléculas do MHC das APCs para ativar as células T específicas para<br />

esse antígeno, embora a maioria das moléculas do MHC esteja ocupada com os<br />

peptídios próprios. Além disso, os microrganismos (a fonte natural da maioria dos<br />

antígenos estranhos) aumentam a eficiência da apresentação de antígenos e<br />

induzem a expressão dos sinais secundários. Em segundo lugar, se os indivíduos<br />

processam suas próprias proteínas e apresentam-nas em associação a suas<br />

próprias moléculas do MHC, por que nós não desenvolvemos normalmente<br />

respostas imunes contra as proteínas próprias? A resposta a esta pergunta é que<br />

embora os complexos de peptídio próprio-MHC sejam formados, eles não induzem<br />

a autoimunidade, porque as células T específicas para tais complexos são mortas<br />

ou inativadas. Portanto, as células T não podem responder normalmente a<br />

antígenos próprios (Cap. 15).<br />

Base estrutural da ligação de peptídios a moléculas do MHC<br />

A ligação dos peptídios às moléculas do MHC corresponde a uma interação<br />

não covalente mediada pelos resíduos dos peptídios e da fenda das<br />

moléculas do MHC. Como veremos posteriormente, os antígenos proteicos são<br />

proteoliticamente clivados nas APCs para gerar os peptídios que serão ligados e<br />

apresentados por moléculas do MHC. Estes peptídios ligam-se às fendas das<br />

moléculas do MHC sob conformação estendida. Uma vez ligados, os peptídios e suas<br />

moléculas de água associadas preenchem as fissuras, fazendo contatos com os<br />

resíduos de aminoácidos que formam as cadeias β da base e as α-hélices das<br />

paredes da fenda (Fig. 6-13). No caso das moléculas do MHC de classe I, a<br />

associação de um peptídio à fenda do MHC depende da ligação do terminal amina<br />

(N) carregado positivamente e do terminal carboxila (C) carregado negativamente do<br />

peptídio à molécula do MHC por interações eletrostáticas. Na maioria das moléculas<br />

do MHC, as cadeias β da base da fenda contêm bolsões onde os resíduos peptídicos<br />

se ligam. Muitas moléculas da classe I possuem um bolso hidrofóbico que reconhece<br />

um dos seguintes aminoácidos hidrofóbicos — valina, isoleucina, leucina, ou<br />

metionina — na extremidade C-terminal do peptídio. Algumas moléculas da classe I<br />

têm predileção por resíduos básicos (lisina ou arginina) no terminal C. Além disso,<br />

outros resíduos de aminoácidos de um peptídio podem conter cadeias laterais que se<br />

encaixam em bolsões específicos e se ligam aos aminoácidos complementares na<br />

molécula do MHC por meio de interações eletrostáticas (pontes iônicas), ligações de

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