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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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anteriormente como um mecanismo para a morte de células T autorreativas. A falha<br />

desta via de tolerância periférica da célula B pode contribuir para a autoimunidade<br />

causada por mutações nos genes Fas e FasL em camundongos, assim como em<br />

pacientes com ALPS, conforme discutido anteriormente.<br />

• Sinalização através de receptores inibitórios. Células B que reconhecem<br />

autoantígenos com baixa afinidade podem ser impedidas de responder através do<br />

acoplamento de vários receptores inibitórios. A função desses receptores inibitórios<br />

é definir um limiar para ativação da célula B, o que permite respostas a antígenos<br />

externos com ajuda da célula T, mas não respostas a autoantígenos. Esse<br />

mecanismo de tolerância periférica foi revelado por estudos que mostravam que<br />

camundongos com defeitos na tirosinofosfatase SHP-1, na Lyn tirosinoquinase e no<br />

receptor inibitório CD22 desenvolviam autoimunidade. Domínios ITIM localizados<br />

na cauda citoplasmática do CD22 são fosforilados pela Lyn e, em seguida, esse<br />

receptor inibitório recruta a SHP-1, atenuando a sinalização do receptor de célula<br />

B. Entretanto, ainda não se sabe quando receptores inibitórios como o CD22 são<br />

envolvidos e quais ligantes eles reconhecem.<br />

Muito se tem aprendido acerca dos mecanismos de tolerância em linfócitos T e B,<br />

principalmente pelo uso de modelos animais como camundongos geneticamente<br />

modificados. A utilização dessa ferramenta para compreender os mecanismos de<br />

tolerância a diferentes autoantígenos em indivíduos normais e para definir por que<br />

a tolerância falha, dando início a doenças autoimunes, é uma área de investigação<br />

ativa.<br />

Tolerância induzida por antígenos proteicos externos<br />

Antígenos externos podem ser administrados de maneira que induzam,<br />

preferencialmente, a tolerância em detrimento das respostas imunológicas.<br />

Entender como induzir a tolerância por meio da administração de antígeno é a chave<br />

para desenvolver a tolerância antígeno-específica como uma estratégia de tratamento<br />

para doenças imunológicas. Em geral, antígenos proteicos administrados por via<br />

cutânea com adjuvantes favorecem a imunidade, ao passo que doses altas de<br />

antígenos administradas sem adjuvantes tendem a induzir tolerância. A provável<br />

razão para isso é que os adjuvantes estimulam respostas imunológicas inatas e a<br />

expressão de coestimuladores nas APCs; na ausência desses sinais secundários,<br />

as células T que reconhecem o antígeno podem tornar-se anérgicas, morrer ou<br />

diferenciar-se em células regulatórias. Muitas outras características dos antígenos e a<br />

forma como são administrados podem influenciar o equilíbrio entre a imunidade e a<br />

tolerância (Tabela 15-1).<br />

Frequentemente, a administração oral de um antígeno proteico leva à supressão<br />

das respostas imunológicas humorais e mediadas por célula para a imunização com<br />

esse mesmo antígeno. Este fenômeno, chamado de tolerância oral, foi discutido no

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