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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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exclusivas no corpo que expressam receptores de antígenos clonalmente<br />

expressos, cada um específico para um determinante antigênico diferente.<br />

Cada clone de linfócitos T e B expressa receptores de antígenos com uma única<br />

especificidade, que é diferente das especificidades dos receptores em outros clones.<br />

Assim, os receptores de antígenos nestes linfócitos são clonalmente distribuídos.<br />

Como abordaremos aqui e em capítulos posteriores, existem milhões de clones de<br />

linfócitos no corpo, permitindo que o organismo reconheça e responda aos milhões<br />

de antígenos estranhos.<br />

O papel do linfócito em mediar a imunidade adaptativa foi estabelecido em várias<br />

linhas de evidência acumuladas ao longo de décadas de pesquisas. Uma das<br />

primeiras pistas surgiu da observação de que humanos com estados de deficiência<br />

imune congênita ou adquirida apresentam números reduzidos de linfócitos na<br />

circulação periférica e nos tecidos linfoides. Experimentos realizados principalmente<br />

com camundongos mostraram que a imunidade protetora contra microrganismos<br />

pode ser adaptativamente transferida de animais imunizados para imaturos somente<br />

por linfócitos ou seus produtos secretados. Experimentos in vitro estabeleceram que a<br />

estimulação de linfócitos com antígenos leva a respostas que mostram muitas das<br />

características das respostas imunes induzidas sob condições mais fisiológicas in<br />

vivo. Após a identificação dos linfócitos como os mediadores da imunidade humoral e<br />

celular, muitas descobertas foram rapidamente feitas sobre os diferentes tipos de<br />

linfócitos, suas origens na medula óssea e timo, seus papéis nas diferentes respostas<br />

imunes e as consequências de sua ausência. Entre os achados mais importantes,<br />

está o fato de que receptores clonalmente distribuídos, altamente diversos e<br />

específicos para antígenos são produzidos pelos linfócitos, mas não por quaisquer<br />

outros tipos de células. Durante as últimas três décadas, uma enorme quantidade de<br />

informação se acumulou sobre os genes, proteínas e funções de linfócitos.<br />

Provavelmente agora sabemos mais sobre linfócitos do que a respeito de qualquer<br />

outra célula em toda a biologia.<br />

Uma das questões mais interessantes sobre os linfócitos era como o repertório<br />

extremamente diverso de receptores de antígenos com diferentes especificidades é<br />

gerado a partir de um pequeno número de genes para esses receptores que estão<br />

presentes na linha germinativa. Agora é conhecido que os genes que codificam os<br />

receptores de antígenos dos linfócitos são formados pela recombinação de<br />

segmentos de DNA durante a maturação destas células. Existe um aspecto<br />

randômico destes eventos de recombinação somática que resulta na geração de<br />

milhões de diferentes genes de receptores e um repertório altamente diverso de<br />

especificidades antigênicas dentre os diferentes clones de linfócitos (Cap. 8).<br />

O número total de linfócitos em um adulto saudável é de cerca de 5 × 10 11 . Destes,<br />

∼2% estão no sangue, ∼4% na pele, ∼10% na medula óssea, ∼15% nos tecidos<br />

linfoides mucosos dos tratos gastrintestinal e respiratório e ∼65% nos órgãos linfoides<br />

(principalmente baço e linfonodos). Descreveremos primeiramente as propriedades

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