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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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vasos e o tecido circundante. A formação de imunocomplexos pode exigir não<br />

apenas a ligação multivalente das regiões Fab de Ig a antígenos, mas também as<br />

interações não covalentes das regiões Fc das moléculas de Ig justapostas. A ativação<br />

do complemento sobre moléculas de Ig pode bloquear estericamente essas<br />

interações Fc-Fc, promovendo, assim, a dissolução dos imunocomplexos. Além<br />

disso, como foi discutido anteriormente, os imunocomplexos com C3b aderido são<br />

ligados a CR1 em eritrócitos e os complexos são eliminados pelos fagócitos no<br />

fígado.<br />

A proteína C3d gerada a partir de C3 liga-se a CR2 em células B e facilita a<br />

ativação dessas células e o início das respostas imunes humorais. C3d é<br />

gerado quando o complemento é ativado por um antígeno, seja diretamente (p. ex.,<br />

quando o antígeno é um polissacarídio microbiano) ou após a ligação ao anticorpo. A<br />

ativação do complemento resulta na ligação covalente de C3b e de seu produto de<br />

clivagem, C3d, ao antígeno. Os linfócitos B podem se ligar ao antígeno através de<br />

seus receptores de Ig e também, simultaneamente, ao C3d ligado ao antígeno por<br />

meio do CR2, o correceptor para o receptor de antígeno das células B, aumentando,<br />

assim, a sinalização induzida pelo antígeno em células B (Cap. 12). Antígenos<br />

opsonizados também estão ligados a células dendríticas foliculares nos centros<br />

germinativos dos órgãos linfoides. As células dendríticas foliculares apresentam os<br />

antígenos às células B nos centros germinativos; este processo é importante para a<br />

seleção de células B de alta afinidade (Fig. 12-19). A importância do complemento<br />

nas respostas imunes humorais é ilustrada pela deficiência grave na produção de<br />

anticorpos e na formação do centro germinativo que se observa em camundongos<br />

geneticamente deficientes para C3 e C4 ou para a proteína CR2.<br />

Deficiências do Complemento<br />

As deficiências genéticas das proteínas do complemento e de proteínas reguladoras<br />

são as causas de várias doenças humanas. Foram descritas deficiências herdadas e<br />

espontâneas em muitas das proteínas do complemento em humanos.<br />

• Foram descritas deficiências genéticas em componentes da via clássica, incluindo<br />

C1q, C1r, C4, C2 e C3; a deficiência de C2 é a deficiência do complemento mais<br />

comum em humanos. Mais de 50% dos pacientes com deficiências em C1q, C2 e<br />

C4 desenvolvem lúpus eritematoso sistêmico. A razão para essa associação é<br />

desconhecida, mas pode estar relacionada com o fato de que os defeitos na<br />

ativação do complemento levam à falha na eliminação de imunocomplexos<br />

circulantes. Se os imunocomplexos normalmente gerados não forem eliminados<br />

da circulação, podem ser depositados em paredes dos vasos sanguíneos e<br />

tecidos, onde ativam leucócitos por vias dependentes do receptor de Fc e<br />

produzem inflamação local. O complemento também pode exercer um papel<br />

importante na eliminação de corpos apoptóticos contendo DNA fragmentado.

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