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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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depósitos grosseiros (granulares) de complexos antígenoanticorpo<br />

ao longo da membrana basal. (Micrografias de<br />

imunofluorescência foram cortesia de Dr. Jean Olson,<br />

Department of Pathology, University of California, San<br />

Francisco, e a eletromicrografia foi cortesia de Dr. Helmut<br />

Rennke, Department of Pathology, Brigham and Women’s<br />

Hospital, Boston, Massachusetts.)<br />

Doenças Mediadas por Imunocomplexos<br />

Os imunocomplexos que causam doença podem ser compostos por anticorpos<br />

ligados a autoantígenos ou a antígenos estranhos. As características patológicas das<br />

doenças provocadas por imunocomplexos refletem o local de deposição do<br />

complexo antígeno-anticorpo e não são determinadas pela fonte celular do antígeno.<br />

Dessa maneira, as doenças mediadas por imunocomplexos tendem a ser sistêmicas<br />

e afetar vários órgãos e tecidos, embora alguns sejam particularmente suscetíveis,<br />

como os rins e as articulações.<br />

Desde o início dos anos 1900, suspeita-se da ocorrência de doenças causadas<br />

por imunocomplexos. O responsável por essa suspeita foi um médico astuto<br />

chamado Clemens von Pirquet. Naquele tempo, as infeções de difteria eram tratadas<br />

com soro de cavalos que tinham sido imunizados com a toxina da difteria, um clássico<br />

exemplo de imunização passiva contra a toxina por meio da transferência de soro<br />

contendo anticorpos antitoxina. Von Pirquet astutamente observou que determinados<br />

pacientes que foram injetados com o soro de cavalo contendo a antitoxina<br />

desenvolviam inflamação das articulações (artrite), erupção cutânea e febre. Duas<br />

características clínicas dessa reação sugeriam que isso não era resultado da infeção<br />

ou de um componente tóxico do próprio soro. Em primeiro lugar, esses sintomas<br />

apareciam mesmo após a injeção de um soro de cavalo que não continha a<br />

antitoxina; logo, as lesões não poderiam ser atribuídas ao anticorpo antidifteria. Em<br />

segundo lugar, os sintomas surgiam pelo menos 1 semana após a primeira injeção<br />

de soro de cavalo e mais rapidamente após cada repetição. Von Pirquet concluiu que<br />

essa doença ocorria em virtude de uma resposta do hospedeiro a algum<br />

componente do soro. Ele sugeriu que o hospedeiro produzia anticorpos contra as<br />

proteínas séricas do cavalo e esses anticorpos formavam complexos com as<br />

proteínas injetadas, ou seja, essa doença ocorria por causa dos anticorpos<br />

produzidos ou dos imunocomplexos. Sabemos, atualmente, quão precisa foi sua<br />

conclusão. Ele chamou essa condição de doença do soro. A mesma reação também<br />

foi observada em humanos que recebem terapia de soro para o tétano, que também<br />

é denominada doença do soro. Esse problema continua preocupante até os dias de<br />

hoje na clínica médica, considerando uma proporção de indivíduos que recebem<br />

anticorpos monoclonais terapêuticos derivados de roedores ou antissoros policlonais

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