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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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Serão descritos adiante os princípios gerais da patogênese das doenças<br />

autoimunes, com ênfase em suscetibilidade gênica, infecções e outros fatores que<br />

contribuem para o desenvolvimento da autoimunidade. No Capítulo 19, serão<br />

abordadas a patogênese e as características de algumas doenças autoimunes<br />

ilustrativas.<br />

Bases Genéticas da Autoimunidade<br />

A partir dos primeiros estudos de doenças autoimunes em pacientes e animais<br />

experimentais, observou-se que essas doenças têm um componente genético muito<br />

forte. Por exemplo, o diabetes tipo 1 mostra uma concordância de 35% a 50% em<br />

gêmeos monozigóticos e de 5% a 6% em gêmeos dizigóticos; outras doenças<br />

autoimunes mostram evidência similar de uma contribuição genética. Análise de<br />

histórico familiar, estudos de associação genômica e esforços de sequenciamento em<br />

grande escala estão revelando novas informações sobre os genes que podem estar<br />

na base do desenvolvimento da autoimunidade e de distúrbios inflamatórios crônicos.<br />

Vários aspectos gerais da suscetibilidade genética tornaram-se aparentes a partir<br />

desses estudos.<br />

A maioria das doenças autoimunes é consequência de características<br />

poligênicas complexas, nas quais os indivíduos afetados herdam<br />

polimorfismos genéticos múltiplos que contribuem para a suscetibilidade da<br />

doença. Estes genes agem em conjunto com os fatores ambientais para<br />

causarem as doenças. Alguns destes polimorfismos estão associados a diversas<br />

doenças autoimunes, sugerindo que os genes causadores influenciam mecanismos<br />

gerais de regulação imunológica e autotolerância. Outros loci associam-se a doenças<br />

particulares, sugerindo que estes podem afetar o dano ao órgão ou linfócitos<br />

autorreativos de especificidades particulares. Cada polimorfismo genético faz uma<br />

pequena contribuição para o desenvolvimento de doenças autoimunes particulares.<br />

Esses polimorfismos também são encontrados em indivíduos saudáveis, porém em<br />

uma frequência mais baixa do que em pacientes que desenvolvem doenças.<br />

Sustenta-se a opinião de que, em pacientes individuais, tais polimorfismos múltiplos<br />

são co-herdados e, juntos, contribuem para o desenvolvimento da doença. Um dos<br />

desafios contínuos neste campo de estudo é compreender a interação dos múltiplos<br />

genes, uns com os outros e em conjunto com fatores ambientais.<br />

A seguir, encontram-se os genes mais bem caracterizados associados às<br />

doenças autoimunes, assim como o entendimento atual sobre a forma como podem<br />

contribuir para a perda da autotolerância.<br />

Associação de Alelos de MHC com Autoimunidade<br />

Dentre os genes que estão associados à autoimunidade, as associações mais<br />

fortes são com os genes MHC. De fato, em muitas doenças autoimunes (como o

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