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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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uma célula microbiana ou do hospedeiro. O Fator B é, por sua vez, clivado por uma<br />

serinoprotease plasmática chamada Fator D, liberando um fragmento pequeno<br />

denominado Ba e gerando um fragmento maior chamado Bb, o qual permanece<br />

ligado ao C3b. O complexo C3bBb é a C3-convertase da via alternativa e funciona<br />

para clivar mais moléculas de C3, estabelecendo, assim, uma sequência de<br />

amplificação. Mesmo quando C3b é gerado pelas vias clássica ou das lectinas, ele<br />

pode formar um complexo com Bb e esse complexo é capaz de clivar mais C3.<br />

Assim, a C3-convertase da via alternativa funciona para amplificar a ativação do<br />

complemento iniciado por qualquer uma das vias, alternativa, clássica ou das lectinas.<br />

Quando C3 é clivado, o C3b permanece ligado às células e o C3a é liberado. Esse<br />

fragmento solúvel tem várias atividades biológicas que serão discutidas mais adiante.<br />

A ativação da via alternativa ocorre prontamente nas superfícies de células<br />

microbianas e não em células de mamífero. Se o complexo C3bBb é formado<br />

sobre células de mamíferos, é rapidamente degradado e a reação é finalizada pela<br />

ação de diversas proteínas reguladoras presentes nessas células (discutido mais<br />

adiante). A ausência de proteínas reguladoras nas células microbianas permite a<br />

ligação e a ativação da C3-convertase da via alternativa. Além disso, uma outra<br />

proteína da via alternativa, denominada properdina, pode se ligar e estabilizar o<br />

complexo C3bBb e a ligação da properdina é favorecida sobre microrganismos, em<br />

oposição às células normais do hospedeiro. A properdina é o único fator de<br />

regulação positiva conhecida do complemento.<br />

Algumas das moléculas de C3b geradas pela C3-convertase da via alternativa<br />

ligam-se à própria convertase. Isso resulta na formação de um complexo contendo<br />

uma molécula de Bb e duas moléculas de C3b, que funciona como a C5-convertase<br />

da via alternativa, que cliva C5 e inicia as etapas da ativação da via terminal do<br />

complemento.<br />

Via Clássica<br />

A via clássica é iniciada pela ligação da proteína C1 do complemento aos<br />

domínios CH2 de IgG ou aos domínios CH3 de moléculas de IgM que estão<br />

ligadas ao antígeno (Fig. 13-9 e Tabela 13-5). Entre os anticorpos IgG, IgG3 e IgG1<br />

(em humanos) são ativadores do complemento mais eficazes do que as outras<br />

subclasses. C1 é um complexo de proteína grande e multimérico, composto por C1q,<br />

C1r e subunidades C1s; C1q liga-se ao anticorpo, e C1r e C1s são proteases. A<br />

subunidade C1q é constituída por um arranjo radial de seis cadeias, como um<br />

guarda-chuva, cada uma das quais possui uma cabeça globular ligada por um braço<br />

semelhante a colágeno a uma haste central (Fig. 13-10). Esse hexâmero executa a<br />

função de reconhecimento da molécula e liga-se especificamente às regiões Fc das<br />

cadeias pesadas μ e de algumas γ.

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