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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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negras) e uma relação de 10:1 entre mulheres e homens. As principais<br />

manifestações clínicas incluem erupções cutâneas, artrite e glomerulonefrite, mas<br />

anemia hemolítica, trombocitopenia e envolvimento do SNC também são comuns.<br />

Muitos autoanticorpos diferentes são encontrados em pacientes com LES. Os mais<br />

frequentes são os anticorpos antinucleares, particularmente anti-DNA; outros incluem<br />

anticorpos contra ribonucleoproteínas, histonas e antígenos de nucléolo. Os<br />

imunocomplexos formados a partir desses autoanticorpos e seus antígenos<br />

específicos são responsáveis por glomerulonefrite, artrite e vasculite envolvendo<br />

artérias pequenas por todo o corpo. A anemia hemolítica e a trombocitopenia ocorrem<br />

devido a autoanticorpos contra eritrócitos e plaquetas, respectivamente. O teste de<br />

diagnóstico principal para a doença é a presença de anticorpos antinucleares; os<br />

anticorpos contra o DNA nativo de fita dupla são específicos para o LES.<br />

Patogenia do Lúpus Eritematoso Sistêmico<br />

O LES é uma doença complexa, na qual fatores genéticos e ambientais contribuem<br />

para a quebra de tolerância de linfócitos B e T autorreativos. Entre os fatores<br />

genéticos, a herança de determinados alelos HLA é um fator importante. A odds ratio<br />

(risco relativo) para indivíduos com HLA-DR2 ou HLA- DR3 é de 2 a 3 e, se ambos os<br />

haplótipos estiverem presentes, ela é de aproximadamente 5. As deficiências<br />

genéticas de proteínas da via clássica de ativação do complemento, especialmente<br />

C1q, C2 ou C4, são obsevadas em cerca de 5% dos pacientes com LES. As<br />

deficiências do complemento podem resultar na remoção defeituosa de<br />

imunocomplexos e de células apoptóticas e falha na tolerância de células B. Um<br />

polimorfismo no receptor de Fc inibidor, FcγRIIB, foi descrito em alguns pacientes; isso<br />

pode contribuir para o controle inadequado da ativação de células B ou para uma<br />

falha na atenuação das respostas inflamatórias em células do sistema imune inato.<br />

Muitos outros genes foram detectados por estudos de associação em todo o genoma<br />

e o papel de alguns destes, como o PTPN22, foi considerado no Capítulo 15.<br />

Também foram identificadas mutações em TREX1, conforme discutido a seguir. Os<br />

fatores ambientais incluem a exposição à luz ultravioleta (UV). Postula-se que isso<br />

conduza à morte apoptótica de células e liberação de antígenos nucleares.<br />

Duas observações levaram a novas hipóteses sobre a patogenia do LES. Em<br />

primeiro lugar, os estudos em pacientes revelaram que as células sanguíneas exibem<br />

uma assinatura molecular marcante (padrão de expressão de genes) que indica<br />

exposição ao IFN-α, um interferon de tipo I que é produzido principalmente por células<br />

dendríticas plasmocitoides. Alguns estudos mostraram que as células dendríticas<br />

plasmocitoides de pacientes com LES também produzem anormalmente grandes<br />

quantidades de IFN-α. Em segundo lugar, estudos em modelos animais<br />

demonstraram que os receptores do tipo Toll (TLRs) que reconhecem DNA e RNA,<br />

notadamente o TLR9, que reconhece DNA, e o TLR7, que reconhece RNA -TLR7,<br />

desempenham um papel na ativação de células B específicas para os autoantígenos

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