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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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antígeno. A ligação de células B ao antígeno apresentado<br />

pelas células dendríticas foliculares é necessária para impedir<br />

a morte programada das células B. As células B também<br />

apresentam antígeno para as células TFH do centro<br />

germinativo, que por sua vez promovem a sobrevivência da<br />

célula B. As células B com mais alta afinidade ao antígeno<br />

possuem, portanto, uma vantagem seletiva para a<br />

sobrevivência conforme a quantidade disponível de antígeno<br />

diminui durante uma resposta imune. Isso conduz a um<br />

aumento médio na afinidade dos anticorpos ao<br />

antígeno conforme a resposta humoral progride.<br />

Quanto mais anticorpo é produzido, mais antígeno é eliminado e, portanto, menos<br />

disponível nos centros germinativos. Dessa forma, as células B que serão capazes de<br />

se ligar especificamente a este antígeno e serão resgatadas da morte precisam<br />

expressar receptores de antígenos com afinidade cada vez mais alta ao antígeno.<br />

Como resultado, conforme a resposta de anticorpos a um determinado antígeno<br />

progride, as células B que são selecionadas para sobreviver nos centros<br />

germinativos produzem Ig de afinidade aumentada a este antígeno. Este processo de<br />

seleção resulta na maturação da afinidade da resposta dos anticorpos. Como a<br />

mutação somática também gera muitas células B que não expressam receptores de<br />

alta afinidade para o antígeno e não podem, portanto, ser selecionadas para<br />

sobreviver, os centros germinativos são locais de gigantesco índice de apoptose.<br />

A mutação somática ocorre na zona escura basal dos centros germinativos, em<br />

células B denominadas centroblastos, as quais possuem AID nuclear, e essas células<br />

mutantes podem ciclar repetidamente entre a zona escura basal e a zona clara<br />

apical, onde se diferenciam em células morfologicamente distintas chamadas<br />

centrócitos. Por fim, os centrócitos de alta afinidade podem ser selecionados na zona<br />

clara pelo antígeno, com o auxílio de células TFH, e podem sofrer troca de isotipo<br />

adicional. As células selecionadas diferenciam-se, então, em células B de memória<br />

ou em precursores de plasmócitos secretores de anticorpos de alta afinidade que<br />

deixam o centro germinativo.<br />

As quebras de DNA associadas à hipermutação somática e à troca de isotipo<br />

definem o cenário para as translocações cromossômicas de vários oncogenes em<br />

loci de genes Ig, produzindo tumores de células B (linfomas). Isso explica por que<br />

muitos linfomas se desenvolvem a partir de células B do centro germinativo. Os<br />

centros germinativos também podem contribuir para a patogênese de doenças<br />

autoimunes se mutação somática direcionar um clone de células B no centro<br />

germinativo a se tornar fortemente autorreativo.

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