10.02.2018 Views

Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

suscetível a mutação, sugerindo suscetibilidade aumentada desta região a fatores de<br />

ligação a DNA que identificam regiões V rearranjadas para mutação. A enzima AID,<br />

discutida anteriormente no contexto de troca de isotipo, desempenha um papel<br />

essencial na maturação de afinidade. Sua atividade de desaminar DNA converte os<br />

resíduos C em resíduos U em pontos importantes para mutação. U pode ser trocada<br />

para T quando ocorre a replicação do DNA, gerando, assim, um tipo comum de<br />

mutação de C para T; ou U pode ser excisada pela uracila N-glicosilase e o local<br />

abásico assim gerado é reparado por um processo passível de erro, gerando, por<br />

fim, substituições com qualquer um dos quatro nucleotídeos de DNA em cada ponto<br />

de desaminação de citidina induzida por AID. Estes processos de reparo propensos<br />

a erros estendem mutações de resíduos além dos resíduos C que são direcionados<br />

pela AID.<br />

A estimulação repetida por antígenos proteicos dependentes de células T leva ao<br />

aumento do número de mutações nos genes Ig das células B específicas a esses<br />

antígenos no centro germinativo. Algumas dessas mutações são mais prováveis de<br />

se mostrarem úteis uma vez que produzirão anticorpos de alta afinidade. No entanto,<br />

muitas das mutações podem gerar uma diminuição ou até mesmo uma perda da<br />

capacidade de ligação ao antígeno. Portanto, o passo seguinte e crucial no processo<br />

da maturação de afinidade é a seleção de células B de alta afinidade mais úteis, um<br />

tipo de seleção natural darwiniana que assegura a sobrevivência das melhores<br />

células B (mais adaptadas em termos de ligação ao antígeno).<br />

As células B que se ligam a antígenos em centros germinativos com alta<br />

afinidade são selecionadas para sobreviver (Fig. 12-19). A resposta inicial ao<br />

antígeno resulta na produção de anticorpos, alguns dos quais formam complexos<br />

com antígeno residual e podem ativar o complemento. As células dendríticas<br />

foliculares expressam receptores para as porções Fc de anticorpos e para produtos<br />

da ativação do complemento, incluindo C3b e C3d. Estes receptores se ligam e<br />

expõem antígenos que são complexados com anticorpos e produtos do<br />

complemento. O antígeno também pode ser apresentado na forma livre no centro<br />

germinativo. Enquanto isso, as células B do centro germinativo que sofreram mutação<br />

somática migrar para a zona clara rica em FDC do centro germinativo. Essas células<br />

B morrem por apoptose, a menos que sejam resgatadas pelo reconhecimento do<br />

antígeno. As células B com receptores de alta afinidade para o antígeno são mais<br />

capazes de se ligar ao antígeno quando este está presente em baixas<br />

concentrações; e essas células B sobrevivem preferencialmente devido a diversos<br />

mecanismos. Primeiro, o reconhecimento antigênico, por si só, induz a expressão de<br />

proteínas antiapoptóticas da família Bcl-2. Segundo, as células B de alta afinidade<br />

terão preferência na endocitose e apresentação do antígeno e, assim, também terão<br />

preferência na interação com o limitado número de células TFH no centro germinativo.<br />

Estas células T auxiliares podem sinalizar através de CD40L para promover a<br />

sobrevivência das células B com as quais interagem. Terceiro, algumas células TFH

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!