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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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No transplante humano, a principal estratégia para reduzir a imunogenicidade<br />

do enxerto tem sido a de minimizar as diferenças alogênicas entre o doador e<br />

o receptor. Vários testes clínicos de laboratório são realizados rotineiramente para<br />

reduzir o risco para a rejeição imunológica de enxertos. Estes incluem a tipagem<br />

sanguínea ABO; a determinação de alelos de HLA expressos em células do doador e<br />

do receptor, chamado tipagem de tecido; a detecção dos anticorpos pré-formados no<br />

receptor que reconhecem o HLA e outros antígenos representativos da população do<br />

doador; e a detecção de anticorpos pré-formados do receptor que se ligam aos<br />

antígenos dos leucócitos de um doador identificado, chamado de prova cruzada.<br />

Nem todos estes testes são feitos em todos os tipos de transplantes. Vamos agora<br />

resumir cada um destes testes e discutir o seu significado.<br />

Para evitar a rejeição hiperaguda, os antígenos do grupo sanguíneo ABO<br />

do doador do enxerto são selecionados para serem compatíveis com o<br />

receptor. Esse teste é utilizado uniformemente nos transplantes renais e cardíacos,<br />

porque os rins e os enxertos cardíacos normalmente não sobrevivem se houver<br />

incompatibilidades ABO entre o doador e o receptor. Os anticorpos naturais IgM<br />

específicos para os antígenos do grupo sanguíneo ABO alogênico vão levar a uma<br />

rejeição hiperaguda. A tipagem sanguínea é realizada através da mistura de<br />

hemácias do sangue de um paciente com os soros padronizados contendo os<br />

anticorpos anti-A e anti-B. Se o paciente expressa o antígeno ou o grupo sanguíneo, o<br />

soro específico para o antígeno vai aglutinar as células vermelhas do sangue. A<br />

biologia do sistema do grupo sanguíneo ABO é discutida mais adiante neste capítulo,<br />

no contexto da transfusão sanguínea.<br />

No transplante renal, quanto maior for o número de alelos de MHC que são<br />

compatíveis entre o doador e o receptor, melhor a sobrevida do enxerto<br />

(Fig. 17-10). A compatibilidade HLA teve uma influência mais profunda na sobrevida<br />

do enxerto antes dos fármacos imunossupressores modernos serem rotineiramente<br />

utilizados, mas os dados atuais ainda mostram uma sobrevida significativamente<br />

maior dos enxertos quando doador e receptor têm menos incompatibilidade de alelos<br />

HLA. A experiência clínica do passado com métodos de tipagem mais velhos mostrou<br />

que, de todos os loci das classes I e da classe II do MHC, a compatibilidade com HLA-<br />

A, HLA-B, e HLADR é o mais importante para predizer a sobrevivência dos<br />

aloenxertos renais. (O HLA-C não é tão polimórfico como HLA-A ou HLA-B, e HLA-DR<br />

e HLA-DQ estão em desequilíbrio de ligação, assim a compatibilidade no lócus DR<br />

muitas vezes também é compatível no lócus DQ.) Apesar dos protocolos atuais de<br />

tipagem em muitos centros incluírem os HLA-C, os loci DQ e DP, a maior parte dos<br />

dados disponíveis em predizer os resultados do enxerto se referem apenas às<br />

incompatibilidades HLA-A, HLA-B e HLA-DR. Devido aos dois alelos expressos de<br />

modo codominante serem herdados por cada um desses genes de HLA, que é<br />

possível haver de zero a seis incompatibilidades HLA desses três loci entre o doador<br />

e o receptor. Nenhuma incompatibilidade de antígeno pode prever a melhor sobrevida

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