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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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Sistema complemento<br />

O sistema complemento é um dos principais mecanismos efetores da imunidade<br />

humoral e é também um importante mecanismo efetor da imunidade inata. Discutimos<br />

brevemente o papel do complemento na imunidade inata no Capítulo 4. Aqui, vamos<br />

descrever a ativação e a regulação do complemento mais detalhadamente.<br />

O nome complemento é derivado de experimentos realizados por Jules Bordet<br />

logo após a descoberta de anticorpos. Ele demonstrou que ao se adicionar soro<br />

fresco contendo um anticorpo antibacteriano às bactérias em temperatura fisiológica<br />

(37°C), as bactérias são lisadas. Se, no entanto, o soro for aquecido a 56°C ou mais,<br />

ele perde sua capacidade lítica. Esta perda de capacidade lítica não se deve à<br />

deterioração da atividade de anticorpos, porque os anticorpos são relativamente<br />

estáveis ao calor, e o soro mesmo aquecido ainda é capaz de aglutinar bactérias.<br />

Bordet concluiu que o soro deve conter algum outro componente termolábil que<br />

auxilia, ou complementa, a função lítica de anticorpos e, posteriormente, esse<br />

componente recebeu o nome de complemento.<br />

O sistema complemento é composto de proteínas séricas e de superfície<br />

celular que interagem umas com as outras e com outras moléculas do<br />

sistema imune de maneira altamente regulada para gerar produtos que<br />

funcionam para eliminar os microrganismos. As proteínas do complemento são<br />

proteínas plasmáticas normalmente inativas; elas são ativadas apenas em<br />

determinadas condições para gerar produtos que medeiam várias funções efetoras<br />

do complemento. Diversas características de ativação do complemento são<br />

essenciais para sua função normal.<br />

• O sistema complemento é ativado por microrganismos e por anticorpos que<br />

estão ligados aos microrganismos e outros antígenos. Os mecanismos de<br />

ativação inicial serão descritos mais adiante<br />

• A ativação do complemento envolve a proteólise sequencial de proteínas<br />

para gerar complexos de enzimas com atividade proteolítica. As proteínas<br />

que adquirem atividade enzimática proteolítica pela ação de outras proteases são<br />

chamadas de zimógenos. O processo de ativação sequencial de zimogênio, uma<br />

característica de definição de uma cascata de enzimas proteolíticas, também é<br />

característico dos sistemas de coagulação e das quininas. Cascatas proteolíticas<br />

permitem enorme amplificação, porque cada molécula de enzima ativada em uma<br />

etapa pode gerar múltiplas moléculas de enzima ativada na etapa seguinte.<br />

• Os produtos de ativação do complemento tornam-se ligados<br />

covalentemente a superfícies de células microbianas, anticorpos ligados<br />

aos microrganismos e outros antígenos, e também aos corpos apoptóticos.<br />

Na fase fluida, as proteínas do complemento são inativas, ou apenas<br />

transitoriamente (por segundos) ativas, e tornam-se estavelmente ativadas após<br />

sua ligação a microrganismos, anticorpos ou células mortas. Muitos dos produtos<br />

de clivagem biologicamente ativos das proteínas do complemento também se ligam

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