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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 114<br />

Este Salmo contém um breve relato daquele livramento pelo qual<br />

Deus, ao tirar seu povo do Egito, e conduzi-lo à herança prometida,<br />

<strong>de</strong>u provas <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r e graça, os quais <strong>de</strong>vem ser tidos como um<br />

memorial permanente. O <strong>de</strong>sígnio daquele maravilhoso livramento foi<br />

que a semente <strong>de</strong> Abraão pu<strong>de</strong>sse ren<strong>de</strong>r-se totalmente a Deus, que,<br />

recebendo-os por um gracioso ato <strong>de</strong> adoção, propôs que eles Lhe<br />

seriam povo santo e peculiar. 1<br />

[vv. 1-4]<br />

Quando Israel foi tirado do Egito, e a casa <strong>de</strong> Jacó, do meio <strong>de</strong> um povo<br />

bárbaro, 2 Judá tornou-se a sua 3 santida<strong>de</strong>, e Israel, seus domínios. O mar<br />

1 “O êxodo <strong>de</strong> Israel do Egito, com alguns dos milagres mais notáveis que o acompanharam e<br />

<strong>de</strong>le foram conseqüência, é, neste breve Salmo, comemorado no estilo poético mais ousado, com<br />

personificações da natureza inanimada, com arrojo e sublimida<strong>de</strong> máximos, com ‘pensamentos’<br />

que inspiram e palavras que queimam’” – Darke’s Harp of Judah.<br />

2 A palavra לעז (loez), que Calvino traduz por um povo bárbaro, em nossa Bíblia é traduzida<br />

por “um povo <strong>de</strong> língua estranha”. Sua versão é endossada por muitas autorida<strong>de</strong>s. A palavra é<br />

encontrada freqüentemente, no sentido que ele atribui a ela, em obras rabínicas e, assim, é entendida<br />

nesta passagem pela paráfrase Caldaica, que traz ‏,ברבראי e pela Septuaginta, que traz<br />

. A raiz <strong>de</strong>sses termos, bem como do termo latino que traduz bárbaro, provavelmente<br />

seja o hebraico בר (fora ou fora <strong>de</strong>), reduplicado; assim significa, para um ju<strong>de</strong>u, alguém <strong>de</strong> outra<br />

nação. Segundo Parkhurst, a palavra, em vez <strong>de</strong> significar bárbaro ou idioma ou pronúncia estranha,<br />

parece, antes, referir-se à violência dos egípcios contra os israelitas, ou a barbarida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seu comportamento, e isso, observa ele, se coadunava mais com o propósito do salmista do que<br />

a barbarida<strong>de</strong> da linguagem <strong>de</strong>les, mesmo supondo a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta no tempo <strong>de</strong> Moisés – Ver<br />

Lexicon, sobre ‏.לעז Horsley diz: “Um povo tirano.”<br />

3 “Há uma beleza peculiar na conduta <strong>de</strong>ste Salmo, no qual o autor oculta plenamente a presença<br />

<strong>de</strong> Deus em seu começo e <strong>de</strong>ixa um pronome possessivo (i.e., Seu) sem um substantivo, em vez <strong>de</strong><br />

mencionar muito algo sobre a Divinda<strong>de</strong> ali; porque, se Deus aparecesse antes, não haveria surpresa<br />

com o fato <strong>de</strong> os montes saltarem e o mar retirar-se. Portanto, para que esta convulsão da natureza

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