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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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306 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Contudo, raramente um em cem daqueles a quem Deus oferece esse<br />

tesouro se dá ao trabalho <strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r graças a Deus por esse tesouro,<br />

mesmo <strong>de</strong> maneira ordinária. Ao contrário, em toda parte do mundo,<br />

reina uma ingratidão tão vil, que alguns rejeitam <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente a<br />

verda<strong>de</strong> divina, e outros <strong>de</strong>sprezam-na ou escarnecem <strong>de</strong>la, enquanto<br />

outros se enraivecem e rangem seus <strong>de</strong>ntes contra ela, se vêem nela<br />

algo que não lhes agra<strong>de</strong>.<br />

165. Gran<strong>de</strong> paz têm aqueles que amam a tua lei. Se enten<strong>de</strong>rmos<br />

a palavra paz no sentido <strong>de</strong> uma condição <strong>de</strong> vida próspera e<br />

feliz – sentido com o qual os hebreus empregam-na amiú<strong>de</strong> –, a palavra<br />

traduzida por tropeço tomada como correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> paz, será equivalente<br />

a adversida<strong>de</strong>. Era como se ele estivesse dizendo que aqueles<br />

que amam a lei <strong>de</strong> Deus prosperarão continuamente e manterão sua<br />

posição, embora o mundo inteiro se precipite em ruínas. Mas uma interpretação<br />

diferente também será apropriada, ou seja, que sentem<br />

gran<strong>de</strong> paz porque, sendo persuadidos <strong>de</strong> que tanto sua pessoa como<br />

sua vida são aceitáveis diante <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>scansam calmamente em sã<br />

consciência. Esse estado tranqüilo <strong>de</strong> consciência e essa serenida<strong>de</strong><br />

mental são consi<strong>de</strong>rados o ponto primordial <strong>de</strong> uma vida feliz e equivalem<br />

a dizer que esse estado existe quando proce<strong>de</strong> do fato <strong>de</strong> que<br />

Deus está reconciliado conosco e <strong>de</strong> seu favor paterno que resplan<strong>de</strong>ce<br />

em nossos corações. O profeta ensina com razão que obtemos esta<br />

paz do amor à lei, pois quem a fizer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> qualquer outra coisa<br />

tremerá <strong>de</strong> pavor, <strong>de</strong> tempo em tempo, ante à menor aflição. Se este<br />

sentido for adotado, a palavra tropeço, na segunda sentença, significará<br />

todas as dificulda<strong>de</strong>s e inquietu<strong>de</strong>s mentais com as quais todos<br />

os que não se inclinam à Palavra <strong>de</strong> Deus infelizmente se angustiam e<br />

se atormentam e pelas quais são impelidos para lá e para cá, <strong>de</strong>vido<br />

às suas paixões <strong>de</strong>pravadas ou ao capricho <strong>de</strong> outras pessoas. No entanto,<br />

seja qual for a maneira como enten<strong>de</strong>mos essas duas palavras:<br />

paz e tropeço, o <strong>de</strong>sígnio do profeta permanecerá o mesmo, ou seja,<br />

mostrar que aqueles que não se <strong>de</strong>votam a Deus são infelizes, pois,<br />

embora aprovem-se a si mesmos por algum tempo, se <strong>de</strong>pararão com

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