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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 127 • 375<br />

a palavra cida<strong>de</strong>, ele <strong>de</strong>nota não somente os edifícios ou o ambiente<br />

<strong>de</strong>ntro dos muros, mas também o estado geral <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong>.<br />

Há uma sinédoque nas palavras construtor e ajudador; pois o salmista<br />

pretendia dizer, em termos gerais, que, seja qual for o labor previsto,<br />

bem como os homens habilidosos empregados na manutenção da família<br />

ou na preservação <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>, tudo será inútil, se Deus não<br />

outorga, do céu, um resultado próspero a todos.<br />

Precisamos lembrar o que acabei <strong>de</strong> mencionar, ou seja: uma vez<br />

que a mente dos homens comumente se <strong>de</strong>ixa possuir <strong>de</strong> tal arrogância<br />

voluntariosa que os leva a <strong>de</strong>sprezarem a Deus e a exaltarem, além da<br />

medida, seus próprios meios e vantagens, nada é mais importante do<br />

que humilhá-los, a fim <strong>de</strong> perceberem que tudo quanto empreen<strong>de</strong>m<br />

será dissipado como fumaça, se Deus, no exercício da soberana graça,<br />

não os faz prosperar. Quando os filósofos argumentam acerca das ativida<strong>de</strong>s<br />

políticas <strong>de</strong> um estado, ajuntam engenhosamente tudo que lhes<br />

pareça correspon<strong>de</strong>r ao seu propósito. Eles põem cautelosamente em<br />

relevo os meios <strong>de</strong> se edificar uma comunida<strong>de</strong> e, em contrapartida,<br />

os erros pelos quais um estado bem regulado comumente se corrompe.<br />

Em suma, discursam com consumada habilida<strong>de</strong> sobre tudo que é<br />

necessário ser conhecido sobre esse tema, exceto que omitem o ponto<br />

primordial – ou seja: quanto mais os homens exce<strong>de</strong>m em sabedoria<br />

e virtu<strong>de</strong>, nos diferentes empreendimentos em que se engajem, nada<br />

po<strong>de</strong>m realizar, se Deus não lhes esten<strong>de</strong>r as mãos, ou melhor, se Deus<br />

não os usar como seus instrumentos.<br />

Qual dos filósofos já reconheceu que um político nada mais é do<br />

que instrumento guiado pela mão divina? Sim, em vez disso, os filósofos<br />

asseveram que a boa administração da parte do homem tornou-se<br />

a principal causa da felicida<strong>de</strong> da corporação social. Ora, visto que os<br />

homens mortais se erguem com profana ousadia a construir cida<strong>de</strong>s<br />

e a or<strong>de</strong>nar o estado do mundo inteiro, o Espírito Santo, com razão,<br />

reprova essa insensatez. Portanto, que cada um <strong>de</strong> nós se mantenha<br />

ocupado, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com a medida <strong>de</strong> sua habilida<strong>de</strong> e a natureza<br />

<strong>de</strong> seu ofício, a fim <strong>de</strong> que, ao mesmo tempo, o louvor do sucesso que

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