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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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344 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

7. Haja paz <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> teus muros. As duas sentenças expressam<br />

o mesmo sentimento; portanto, o significado da primeira é <strong>de</strong>duzido<br />

da segunda. O substantivo שלוה (shalvah), na segunda sentença, significa,<br />

às vezes, <strong>de</strong>scanso, mas é freqüentemente tomado no sentido<br />

בחילך <strong>de</strong> abundância ou prosperida<strong>de</strong>. Por isso, traduzi o substantivo<br />

(bechelech) por <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> teus muros. 8 Não culpo os <strong>de</strong>mais que o<br />

traduziram por uma vala ou um muro externo; mas a palavra muros<br />

concorda melhor com a palavra torres, que ocorre no final do versículo.<br />

O significado é que Davi ora pela prosperida<strong>de</strong> da Igreja em toda a sua<br />

extensão. Além do mais, <strong>de</strong>vemos notar que, ao oferecer súplicas pela<br />

prosperida<strong>de</strong> externa <strong>de</strong> Jerusalém, não <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r isso no<br />

sentido <strong>de</strong> que ele estava <strong>de</strong>spreocupado quanto ao estado interior ou<br />

o bem-estar espiritual da Igreja. Contudo, sob a similitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> muros, 9<br />

ele <strong>de</strong>seja que <strong>de</strong> todos os lados a bênção divina cercasse e fortificasse<br />

a cida<strong>de</strong> santa.<br />

8. Por amor <strong>de</strong> meus irmãos e vizinhos. Ele especifica duas<br />

causas pelas quais se preocupava com a Igreja, com o propósito <strong>de</strong><br />

instigar, por meio <strong>de</strong> seu exemplo, todos os fiéis ao exercício da mesma<br />

preocupação. Estas palavras parecem conter um tácito contraste.<br />

Entre os perversos e maliciosos, ele po<strong>de</strong>ria ser objeto <strong>de</strong> suspeita,<br />

ou, pelo menos, corria o risco <strong>de</strong> ser caluniado; como se, ao enaltecer<br />

Jerusalém, tivesse seus olhos fixos mais em seu benefício pessoal do<br />

que no bem-estar público. Portanto, a fim <strong>de</strong> remover todo motivo <strong>de</strong><br />

alguém objetar que, ao falar assim, procurava astutamente estabelecer<br />

seu próprio reino, ele protesta dizendo que não está influenciado por<br />

consi<strong>de</strong>rações pessoais, e sim pela preocupação com toda a Igreja, a<br />

qual ele abraçou com afeição sincera do coração. Falarei, diz ele, ó Jerusalém,<br />

<strong>de</strong> tua paz, não porque esta me será proveitosa, mas porque<br />

8 O significado <strong>de</strong> Calvino é este: visto que os substantivos paz e prosperida<strong>de</strong> têm significado<br />

correspon<strong>de</strong>nte, a opinião <strong>de</strong>le era que existia uma correspondência similar entre os outros dois<br />

substantivos.<br />

9 Aqui, a cópia latina diz: “sed ad mores allu<strong>de</strong>ns”; mas, evi<strong>de</strong>ntemente, mores é um erro tipográfico<br />

da palavra muros. A versão francesa diz: “mais sous ceste similitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>s murs”.

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