31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Salmos</strong> 115 • 115<br />

por razões diferentes. Embora Deus tenha chamado, freqüentemente,<br />

os babilônios <strong>de</strong> seus soldados assalariados e tenha dito que foram<br />

alugados por Ele [Is 5.26] e que eram a espada <strong>de</strong> sua própria mão,<br />

não os chamaríamos <strong>de</strong> aliados <strong>de</strong> Deus, porque os objetivos <strong>de</strong>les<br />

eram diferentes. Na <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Jerusalém, a justiça <strong>de</strong> Deus seria<br />

exibida, enquanto os cal<strong>de</strong>us seriam censurados por sua luxúria, cobiça<br />

e cruelda<strong>de</strong>. Portanto, o que quer que aconteça no mundo está<br />

em conformida<strong>de</strong> com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. No entanto, não é vonta<strong>de</strong><br />

dEle que o mal seja praticado. Pois, por mais incompreensível que nos<br />

seja o conselho <strong>de</strong> Deus, esse conselho está sempre fundamentado<br />

nas melhores razões.<br />

Satisfeita somente com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, a ponto <strong>de</strong> ficar plenamente<br />

persuadida <strong>de</strong> que, a <strong>de</strong>speito da gran<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> dos juízos<br />

dEle [Sl 36.6], esses juízos são caracterizados pela mais profunda retidão<br />

— esta ignorância será muito mais erudita do que toda a habilida<strong>de</strong><br />

daqueles que imaginam fazer <strong>de</strong> sua própria capacida<strong>de</strong> o padrão pelo<br />

qual po<strong>de</strong>m medir as obras divinas. Em contrapartida, é digno <strong>de</strong> nota<br />

que, se Deus faz tudo quanto Lhe apraz, não é seu prazer fazer aquilo<br />

que não acontece. O conhecimento <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong> é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância,<br />

porque ocorre freqüentemente, quando Deus fecha os olhos e<br />

retém sua paz nas aflições da Igreja, que indagamos por que Ele permite<br />

que ela se enfraqueça, uma vez que está no po<strong>de</strong>r dEle oferecer-lhe<br />

sua assistência. Avareza, frau<strong>de</strong>, perfídia, cruelda<strong>de</strong>, ambição, orgulho,<br />

sensualida<strong>de</strong>, embriaguez e, em suma, toda espécie <strong>de</strong> corrupção, que<br />

nestes tempos prolifera <strong>de</strong>senfreadamente no mundo, tudo cessaria, se<br />

parecesse bem a Deus aplicar o remédio. Em conseqüência, se Ele neste<br />

momento parece estar dormindo ou não possuir os meios <strong>de</strong> socorrernos,<br />

que tais sensações nos façam esperar com mais paciência e nos<br />

ensinem que não é do agrado dEle agir imediatamente em nosso livramento,<br />

porque sabe que a <strong>de</strong>mora e a procrastinação nos são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

proveito; e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>le no momento é fechar os olhos e tolerar, por<br />

algum tempo, aquilo que Ele certamente, se fosse do seu agrado, po<strong>de</strong>ria<br />

corrigir instantaneamente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!