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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 147 • 577<br />

ro, o salmista nos informa que Deus cobre <strong>de</strong> nuvens os céus. E essa<br />

mudança <strong>de</strong>veria atrair a nossa atenção, se não fôssemos culpados<br />

<strong>de</strong> tanta indiferença. As maravilhas a serem contempladas nos céus,<br />

acima <strong>de</strong> nós, são variadas. E tivéssemos sempre a mesma serenida<strong>de</strong>,<br />

não perceberíamos uma exibição tão maravilhosa do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus<br />

como aquele que obtemos quando, subitamente, Ele fecha os céus<br />

com nuvens, ocultando a luz do sol e dando uma nova face ao céu,<br />

como se estivéssemos em outro mundo. Em seguida, o salmista insinua<br />

que <strong>de</strong>sta maneira Deus faz provisão a todas as criaturas viventes,<br />

pois assim as ervas germinam e a terra é suprida com a umida<strong>de</strong> que a<br />

torna fértil. Assim, em conexão com as provas <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r, Deus põe<br />

diante <strong>de</strong> nossos olhos aquela provas <strong>de</strong> sua misericórdia e cuidado<br />

paterno para com a raça humana. Aliás, Deus nos mostra que não ignora<br />

nem os animais selvagens, nem o gado doméstico.<br />

Os filósofos <strong>de</strong>scobrem a origem da chuva nos elementos, e<br />

não se nega que as nuvens são formadas dos espessos vapores que<br />

exalam da terra e dos oceanos, mas as causas secundárias não nos<br />

impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> reconhecer a providência <strong>de</strong> Deus em prover à terra a<br />

umida<strong>de</strong> necessária para a frutificação. A terra fendida pelo calor<br />

mostra a sua se<strong>de</strong> por abrir a boca, mas Deus lhe envia a chuva,<br />

para <strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntá-la. Ele po<strong>de</strong>, <strong>de</strong> outras formas mais secretas, darlhe<br />

força, para preservá-la <strong>de</strong> falhar, mas esse aguar da terra é algo<br />

que passa diante <strong>de</strong> nossos olhos para que visualizemos o contínuo<br />

cuidado que Deus tem por nós.<br />

9. Que dá ao gado o seu alimento. Ao apresentar um exemplo, o<br />

salmista explica mais claramente o que havia dito sobre a provisão <strong>de</strong><br />

alimento que Deus fornece a toda criatura vivente. Ao falar do gado<br />

e dos corvos sendo alimentados, e não dos homens, ele visava imprimir<br />

mais ênfase a seu argumento. Sabemos que foi por causa do<br />

homem que o mundo foi criado e dotado <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> e abundância.<br />

E, em proporção, visto que, na escala da existência, estamos próximos<br />

a Deus, Ele nos exibe muito mais a sua bonda<strong>de</strong>. Mas, se Ele con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong><br />

em observar a criação irracional, é evi<strong>de</strong>nte que, no tocante a

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