31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 135 • 447<br />

os israelitas no serviço e temor do único Deus verda<strong>de</strong>iro, mediante<br />

uma <strong>de</strong>claração que tinha o propósito <strong>de</strong> afirmar que o Deus que fizera<br />

a aliança com seus pais era o mesmo que criou céus e terra. No mesmo<br />

instante em que faz menção <strong>de</strong> Jehovah, o salmista adiciona que Ele<br />

é o Deus <strong>de</strong> Israel. Uma conseqüência necessária é que todos que se<br />

apartam <strong>de</strong>ste Deus preferem uma divinda<strong>de</strong> que não tem nenhuma<br />

direito a esse título e que os ju<strong>de</strong>us e turcos, por exemplo, em nossos<br />

dias, se tornam culpados <strong>de</strong> mera evasiva, quando preten<strong>de</strong>m adorar<br />

a Deus, o Criador do mundo. On<strong>de</strong> as pessoas têm se apartado da<br />

lei e do evangelho, qualquer <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong> da parte <strong>de</strong>las<br />

equivale a uma renúncia do verda<strong>de</strong>iro Deus. Portanto, ao atribuir a<br />

Deus um título específico, o salmista tinha o propósito <strong>de</strong> limitar os<br />

israelitas àquele Deus que era apresentado na doutrina da lei. Se por<br />

(Elohim) enten<strong>de</strong>rmos as falsas divinda<strong>de</strong>s dos gentios – o título אלהים<br />

lhes é dado somente por concessão, pois ele não podia ser atribuído<br />

propriamente aos que eram apenas mentiras e vaida<strong>de</strong>s. E o significado<br />

é que a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> Deus anula totalmente qualquer falsa <strong>de</strong>ida<strong>de</strong>.<br />

Mas a expressão pareceria incluir os anjos, conforme já se observou,<br />

nos quais há um reflexo da Divinda<strong>de</strong>, como os principados e po<strong>de</strong>res<br />

celestiais, que são exaltados por Deus e <strong>de</strong>signados a um lugar subordinado,<br />

para que não interfiram na glória <strong>de</strong> Deus. 7<br />

6. Tudo quanto lhe apraz. Esta é a gran<strong>de</strong>za imensurável do Ser<br />

divino, sobre a qual o salmista acabara <strong>de</strong> falar. Deus não somente criou<br />

no princípio o céu e a terra, mas também governa todas as coisas pelo<br />

seu po<strong>de</strong>r. Reconhecer que Deus fez o mundo e afirmar que Ele se assenta<br />

ocioso no céu, não se preocupando com a sua administração, é<br />

lançar uma calúnia ímpia sobre seu po<strong>de</strong>r. Contudo, embora a idéia seja<br />

absurda, obtém ampla aceitação entre os homens. Talvez eles não diriam<br />

em muitas palavras que crêem que Deus dorme no céu, mas, ao<br />

imaginar, como o fazem, que Ele entregou o controle ao acaso ou à sorte,<br />

7 “Tellement qu’il les embrasse et range en leur ordre, afin que sa gran<strong>de</strong>ur ne soit nullement<br />

obscurcie par eux” – fr.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!