31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Salmos</strong> 143 • 535<br />

nos ensina o que <strong>de</strong>vemos pensar sobre o livre-arbítrio, pois aqui Davi<br />

nega a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> julgar corretamente, até que nosso<br />

coração seja preparado pelo Espírito <strong>de</strong> Deus para uma obediência<br />

santa. O termo guiar, para o qual já chamei a atenção, prova também<br />

que Davi não cria naquela espécie <strong>de</strong> graça média intermediária sobre<br />

a qual os papistas tanto falam e que <strong>de</strong>ixa o homem em estado <strong>de</strong><br />

suspense e in<strong>de</strong>cisão. O salmista assevera algo muito mais eficaz, que<br />

concorda com o que Paulo disse, ou seja: “Deus opera em nós tanto o<br />

querer como o realizar, segundo o seu beneplácito” [Fp 2.13].<br />

Entendo as palavras terra plana, <strong>de</strong> modo figurado, com o significado<br />

<strong>de</strong> retidão; e interpreto Davi como se estivesse dizendo que<br />

somos conduzidos ao terror sempre que <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> fazer o que é<br />

agradável à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. O termo Espírito é oposto à corrupção<br />

natural em nós. O que ele diz equivale a isto: todos os pensamentos<br />

dos homens são corrompidos e pervertidos, até que sejam subjugados<br />

à norma correta por meio da graça do Espírito. Conclui-se que nada<br />

do que é ditado pelo juízo da carne é bom ou saudável. Admito que<br />

os homens perversos são arrebatados por um espírito mau enviado<br />

<strong>de</strong> Deus, pois Ele executa seus juízos pela agência <strong>de</strong> <strong>de</strong>mônios 6 [1Sm<br />

16.14]. Mas, quando Davi, neste versículo, fala sobre o bom Espírito <strong>de</strong><br />

Deus, não creio que ele tinha em mente uma alusão tão forçada, mas,<br />

ao contrário, ele assume sobre si a culpa da corrupção e atribui ao<br />

Espírito <strong>de</strong> Deus o louvor <strong>de</strong> tudo que é bom, reto ou verda<strong>de</strong>iro. Ao<br />

dizer: pois tu és o meu Deus, ele mostra que sua confiança <strong>de</strong> obter seu<br />

pedido estava fundamentada inteiramente no gracioso favor e promessa<br />

<strong>de</strong> Deus. Não é uma questão <strong>de</strong> estabelecer no íntimo nosso próprio<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> torná-lo nosso Deus, e sim <strong>de</strong> <strong>de</strong>scansar na sua graça gratuita<br />

e preveniente.<br />

11. Por amor do teu nome, ó Jehovah. Com esta expressão, o<br />

salmista torna ainda mais claro que era tão-somente da graça gratuita<br />

6 “Je confesse bien que le mauvais esprit <strong>de</strong> Dieu agite et transporte les reprouvez (car Dieu<br />

execute ses jugemens par les diables,)”, etc. – fr.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!