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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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562 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

se con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong> espontaneamente a esses termos, a fim <strong>de</strong> satisfazer<br />

nossos <strong>de</strong>sejos. Ao mesmo tempo, há um limite a ser colocado nessa<br />

liberda<strong>de</strong>; e não temos liberda<strong>de</strong> para nutrir um <strong>de</strong>sejo por tudo, como<br />

se o seu povo pu<strong>de</strong>sse clamar obstinadamente por tudo que anelem<br />

seus <strong>de</strong>sejos corruptos. Antes <strong>de</strong> dizer que ouvirá as orações <strong>de</strong> seu<br />

povo, Deus or<strong>de</strong>na a lei da mo<strong>de</strong>ração e submissão nas aflições, como<br />

apren<strong>de</strong>mos do apóstolo João – “Sabemos que ele nada nos negará, se<br />

o buscarmos segundo a sua vonta<strong>de</strong>” [1Jo 5.14]. Por essa mesma razão,<br />

Cristo ditou aquela forma <strong>de</strong> oração: “Faça-se a tua vonta<strong>de</strong>”, pondo<br />

limites em nós, para não preferirmos nossos <strong>de</strong>sejos aos <strong>de</strong> Deus, nem<br />

pedirmos, sem <strong>de</strong>liberação, o que primeiro nos ocorre aos lábios. Davi,<br />

ao mencionar <strong>de</strong> modo evi<strong>de</strong>nte os que temem a Deus, impõe-lhes temor,<br />

reverência e obediência, antes <strong>de</strong> exaltar a satisfação favorável da parte<br />

<strong>de</strong> Deus, para que não concluam que têm autorização <strong>de</strong> pedir mais do<br />

que a sua Palavra autoriza e aprova. Quando o salmista fala do clamor<br />

dos que temem a Deus, isso é uma qualificação do que ele já havia dito.<br />

Pois a disposição divina em aten<strong>de</strong>r nossas orações nem sempre é tão<br />

evi<strong>de</strong>nte, que Ele as respon<strong>de</strong> no exato momento em que são feitas. Temos<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perseverança nesta prova <strong>de</strong> nossa fé; e nossos<br />

<strong>de</strong>sejos <strong>de</strong>vem ser confirmados por meio <strong>de</strong> clamar. A última sentença<br />

– ele os salvará – é também adicionada à guisa <strong>de</strong> correção, para fazernos<br />

saber até que ponto e com que propósito Deus respon<strong>de</strong> as orações<br />

<strong>de</strong> seu povo, ou seja, a fim <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar, <strong>de</strong> maneira prática, que Ele é o<br />

fiel guardião do bem-estar <strong>de</strong>les.<br />

20. Jehovah preserva. O salmista insiste na mesma verda<strong>de</strong>: Deus<br />

está perto <strong>de</strong> seu povo para ajudá-lo nos momentos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>.<br />

Esta é uma prova segura <strong>de</strong> sua presença: por meio <strong>de</strong> sua misericórdia,<br />

eles prosseguem seguros e incólumes em meio a todo perigo<br />

que lhes sobrevenha. É digno <strong>de</strong> nossa observação o fato <strong>de</strong> que, em<br />

vez <strong>de</strong> temor, ele agora fala <strong>de</strong> amor; porque, ao distinguir os crentes<br />

com o título Deus os ama, ele sugere que a raiz da verda<strong>de</strong>ira pieda<strong>de</strong><br />

é que se submetam a Ele voluntariamente, o que é, uma vez mais, o<br />

efeito da fé. Se Deus não nos induzir pelas atrações <strong>de</strong> sua graça, essa

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