31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 123 • 347<br />

lhosamente não apenas um ou dois <strong>de</strong>ntre os fiéis, mas todo o corpo<br />

da Igreja. Além do mais, aqui Deus é <strong>de</strong>nominado aqui expressamente<br />

o Deus que habita os céus, não somente para ensinar a seu povo a<br />

estimar o po<strong>de</strong>r divino como ele merece, mas também para que, quando<br />

nenhuma esperança <strong>de</strong> auxílio lhes fosse <strong>de</strong>ixada sobre a terra,<br />

sim, melhor ainda, quando sua condição fosse <strong>de</strong>sesperadora, como<br />

se fossem colocados no túmulo ou estivessem perdidos num labirinto,<br />

então se lembrassem <strong>de</strong> que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus permanece no céu, em<br />

perfeição incomparável e infinita.<br />

Assim, estas palavras parecem expressar um contraste entre o<br />

estado conturbado e confuso <strong>de</strong>ste mundo e o reino <strong>de</strong> Deus nos céus,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> Ele administra e governa <strong>de</strong> tal modo todas as coisas, que,<br />

sempre que Lhe agrada acalmar todas as agitações do mundo, <strong>de</strong>sce<br />

para o livramento dos <strong>de</strong>sesperados, restaura a luz, banindo as trevas,<br />

e soergue os que estão humilhados e prostrados no chão. O profeta<br />

confirma isso ao usar o verbo elevar, o qual sugere que, embora todos<br />

os recursos do mundo nos falhem, <strong>de</strong>vemos erguer nossos olhos para<br />

o céu, on<strong>de</strong> Deus permanece imutavelmente o mesmo, a <strong>de</strong>speito da<br />

perversa impetuosida<strong>de</strong> dos homens em transtornar todas as coisas<br />

aqui embaixo.<br />

2. Como os olhos dos servos atentam para a mão <strong>de</strong> seus senhores.<br />

Esta comparação é mui apropriada ao presente caso. Implica que,<br />

sem a proteção <strong>de</strong> Deus, os crentes verda<strong>de</strong>iros não têm conforto, estão<br />

completamente <strong>de</strong>sprotegidos e expostos a todas as formas <strong>de</strong> erros;<br />

não possuem nenhuma força, nem coragem para resistir. Em suma,<br />

implica que a segurança <strong>de</strong>les <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> totalmente <strong>de</strong> auxílio oriundo<br />

<strong>de</strong> outro. Sabemos quão vergonhosamente os servos eram tratados<br />

nos tempos antigos e quão árduos opróbrios podiam ser lançados sobre<br />

eles, enquanto não podiam mover sequer um <strong>de</strong>do para repelir os<br />

ultrajes. Sendo privados <strong>de</strong> todos os meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa pessoal, a única<br />

coisa que lhes restava fazer era aquilo que o salmista <strong>de</strong>clara aqui,<br />

ou seja, anelar a proteção <strong>de</strong> seus senhores. A mesma explanação é<br />

aplicável ao caso das servas. Sua condição era <strong>de</strong>veras vergonhosa

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!