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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 119 • 291<br />

continuamente diante dos olhos, é que po<strong>de</strong>mos refrear a impetuosida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>vassa <strong>de</strong> nossa natureza corrupta.<br />

148. Meus olhos anteciparam as vigílias. 64 Aqui, o salmista notifica<br />

que, no meditar a lei <strong>de</strong> Deus, ele era mais diligentemente atento<br />

do que os vigias noturnos o eram em manter vigilância. Outros acham<br />

que o verbo שוח (suach) foi usado em lugar <strong>de</strong> discursar. Se esta opinião<br />

for admitida, o sentido será que o profeta, não com base em ostentação,<br />

e sim no bem-estar <strong>de</strong> seus irmãos, estava tão empenhado em<br />

ministrar instrução, que não permitia a si mesmo nenhum <strong>de</strong>scanso.<br />

A palavra meditar é mais apropriada neste lugar, pois a noite é um<br />

tempo impróprio para se discursar sobre a lei <strong>de</strong> Deus; mas naquele<br />

momento, quando sozinho, o salmista evocava silenciosamente à sua<br />

memória o que apren<strong>de</strong>ra antes, <strong>de</strong> modo que não passava nenhuma<br />

parte da noite sem meditar na lei.<br />

149. Ouve a minha voz, ó Jehovah, segundo a tua misericórdia.<br />

64 Os hebreus dividiam o dia em três partes – manhã, meio-dia, tar<strong>de</strong> –, as quais Davi menciona<br />

como ocasiões em que ele se engajava em oração [Sl 55.17]. Dividiam ainda a noite em três partes,<br />

chamadas “vigílias”, <strong>de</strong> quatro horas cada uma, começando às <strong>de</strong>zoito horas. Em Lamentações 2.19,<br />

lemos sobre a primeira vigília, ou, como ali se <strong>de</strong>signa, “o princípio das vigílias”; em Juízes 7.19,<br />

sobre a “vigília média”; em Êxodo 14.24, sobre “a vigília matutina”. Uma divisão semelhante da noite<br />

parece ter sido feita por outras nações antigas, como transparece das referências feitas a ela por<br />

Homero e os primeiros escritores gregos. Os gregos e os romanos, ao aprimorarem a disciplina<br />

militar, dividiram posteriormente a noite em quatro vigílias, cada uma consistindo <strong>de</strong> três horas.<br />

E, quando os ju<strong>de</strong>us caíram sob o domínio dos romanos, adotaram <strong>de</strong>les esta divisão da noite. Por<br />

isso, lemos sobre “a quarta vigília da noite”, em Mateus 14.25. E as quatro vigílias são mencionadas<br />

juntas em Marcos 13.35: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tar<strong>de</strong>, se<br />

à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã.” O tempo em que cada uma <strong>de</strong>ssas quatro vigílias<br />

começava e terminava é <strong>de</strong>terminado assim pelo Dr. Hales, que escreveu com erudição sobre o<br />

tema: “1. (a noitinha) começava ao pôr-do-sol e terminava com a terceira hora da noite, incluindo<br />

o crepúsculo. Era também chamada (entar<strong>de</strong>cer), em Marcos 11.11, ou simplesmente<br />

, (cair da tar<strong>de</strong>), em João 20.19, etc. 2. (a meia-noite), durava da terceira hora até<br />

meia-noite. 3. (o cantar do galo), da meia-noite até à terceira hora após ou a nona<br />

hora da noite. Incluía os dois cantos do galo e terminava com o segundo ou o principal <strong>de</strong>sses<br />

cantos. 4. (as primeiras horas), durava da nona à décima segunda hora da noite; era o nascer<br />

do sol, incluindo a aurora ou o raiar da luz. Também era chamada <strong>de</strong> (manhã) ou amanhecer<br />

(, subentendido), João 18.28, etc.<br />

“Aqui, quando o salmista <strong>de</strong>clara que seus olhos antecipavam as vigílias da noite, <strong>de</strong>vemos<br />

entendê-lo principalmente como que se referindo às vigílias média e do amanhecer, as quais, envolvendo<br />

aquele período da noite em que os homens se <strong>de</strong>votam ao repouso, evi<strong>de</strong>nciam a vigor,<br />

o fervor e o caráter auto-sacrificial <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>voções” – Dr. Morison.

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