31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 111 1<br />

O título <strong>de</strong>ste Salmo é um argumento. E, para que outros sejam<br />

induzidos a engajar-se nos louvores <strong>de</strong> Deus, o salmista realça, por<br />

seu próprio exemplo, a maneira <strong>de</strong> fazer isso. Em seguida, ele fornece<br />

um breve relato dos múltiplos benefícios que, nos tempos antigos,<br />

Deus conferia aos fiéis e lhes confere diariamente. O Salmo é composto<br />

em or<strong>de</strong>m alfabética; cada versículo contem duas letras. O primeiro<br />

versículo começa com א (aleph), enquanto a letra ב (beth) é posta no<br />

começo da meta<strong>de</strong> do versículo seguinte. Os dois últimos versículos<br />

são divididos em hemistíquios e contêm, cada um <strong>de</strong>les, três letras. En-<br />

1 Supõe-se que este e os salmos subseqüentes, até ao 119, eram cantados pelos ju<strong>de</strong>us na<br />

celebração da Páscoa. E seu tema foi peculiarmente adaptado a esse propósito. “Do Salmo 111 ao<br />

118”, diz Jebb em sua recente obra sobre os <strong>Salmos</strong>, “encontramos marcas interessantes <strong>de</strong> um<br />

cerimonial que, assevera a tradição, era observado pelos ju<strong>de</strong>us quando comiam a Páscoa, isto é,<br />

cantar o Evangelho Hallel – com toda probabilida<strong>de</strong>, o hino que nosso bendito Senhor entoou com<br />

os discípulos após a Última Ceia. O Dr. Lightfoot nos informa que há consi<strong>de</strong>rável discrepância<br />

<strong>de</strong> opinião entre os ju<strong>de</strong>us a respeito <strong>de</strong> quais salmos constituíam o Hallel Maior. As diferentes<br />

opiniões esten<strong>de</strong>m ou contraem sua seção do Salmo 113 ao 137. Como é comum, essas tradições<br />

são incertas e mal <strong>de</strong>finidas, tendo mais respeito pelas opiniões dos rabinos do que pela evidência<br />

interna da Santa Escritura. Examinemos agora esta evidência. Em primeiro lugar, <strong>de</strong>vemos observar<br />

que todos os salmos (exceto o 114 e o 118) que prece<strong>de</strong>m o 119 têm a palavra Aleluia (isto é,<br />

louvai ao Senhor) ou prefixada ou adicionada no final, ou ambos os casos, enquanto os que não<br />

trazem esse refrão estão em conexão evi<strong>de</strong>nte. O Salmo 119 começa, evi<strong>de</strong>ntemente, uma nova série.<br />

Na ausência <strong>de</strong> um testemunho consistente, parece justo presumir que este grupo <strong>de</strong> salmos<br />

formava o Hallel Maior. O sentimento que eles contêm é singularmente aplicável ao festival – ao<br />

gran<strong>de</strong> livramento do Egito que o festival celebrava — e ao segundo livramento <strong>de</strong> Babilônia, que<br />

o festival lembrava tão fortemente. Segundo o Dr. Lightfoot, os <strong>Salmos</strong> 113 e 114 eram entoados<br />

num período da festa, no segundo cálice; e, após o quarto cálice, os <strong>de</strong>mais salmos, isto é, 115 a<br />

118; e aqui a festa terminava. Assim, eles mantinham o lugar da graça antes ou <strong>de</strong>pois da refeição;<br />

e esta divisão é muito consistente, sendo os últimos salmos mais evi<strong>de</strong>ntemente eucarísticos” –<br />

Jebb´s Literal Translation of the Book of Psalms, with Dissertations, vol. ii. pp. 269-271.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!