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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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486 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tanto, imprimem-lhe uma interpretação errada aqueles que crêem a<br />

sentença se refere à formação que Deus nos dá e aplicam à sua mão<br />

o sentido <strong>de</strong> um artesão que mo<strong>de</strong>la a sua obra; isso não se ajusta<br />

ao contexto. É melhor entendê-la como que afirmando que Deus, por<br />

sua mão, estendida por sobre os homens, os mantém estritamente<br />

sob a sua inspeção, para que não possam mover sequer um fio <strong>de</strong><br />

cabelo sem o conhecimento dEle. 6<br />

6. Teu conhecimento é maravilhoso, acima <strong>de</strong> mim. Dois significados<br />

po<strong>de</strong>m ser vinculados a ממני (mimmenni). Po<strong>de</strong>mos ler sobre<br />

mim ou em relação a mim, enten<strong>de</strong>ndo que Davi estava querendo<br />

dizer que o conhecimento <strong>de</strong> Deus é visto como maravilhoso na<br />

formação <strong>de</strong> uma criatura como o homem, que, usando um velho<br />

ditado, po<strong>de</strong> ser chamado um pequeno mundo em si mesmo. Não<br />

po<strong>de</strong>mos sequer pensar sem admiração na perfeita habilida<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nte<br />

na estrutura do corpo humano e nos excelentes dotes com<br />

que a alma humana é revestida. Mas o contexto <strong>de</strong>manda outra interpretação;<br />

e po<strong>de</strong>mos supor que Davi, dando prosseguimento à<br />

mesma idéia em que já havia insistido, exclama contra a tolice <strong>de</strong><br />

avaliar o conhecimento <strong>de</strong> Deus com base em nosso próprio conhecimento,<br />

quando este se eleva prodigiosamente acima <strong>de</strong> nós.<br />

Muitos, quando ouvem falar a respeito <strong>de</strong> Deus, imaginam que Ele<br />

é semelhante a eles mesmos; e essa presunção é con<strong>de</strong>nável em<br />

extremo. Comumente, eles não admitirão que o conhecimento <strong>de</strong><br />

Deus é maior do que sua própria apreensão das coisas. Davi, ao<br />

contrário, confessa que esse conhecimento vai além <strong>de</strong> sua compreensão<br />

e <strong>de</strong>clara que as palavras não podiam expressar a verda<strong>de</strong> da<br />

completu<strong>de</strong> com que todas as coisas estão patentes aos olhos <strong>de</strong><br />

Deus, visto que esse conhecimento não possui limites ou medidas.<br />

Assim, ele só podia contemplar a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse conhecimento<br />

com ignorância consciente.<br />

6 “Comme mettant la main sur eux pour les arrester par le collet, ainsi qu’on dit, tellement qu’ils<br />

ne peuvent bouger le moins du mon<strong>de</strong> qu’il ne le scache” – fr.

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