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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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338 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> Siló, aquele lugar não podia ser o local permanente da habitação<br />

daquele símbolo da presença <strong>de</strong> Deus. Ao contrário, visto que, como<br />

veremos no Salmo 132.14, fora dito a respeito do monte Sião: “Este<br />

é meu repouso para sempre”, os fiéis, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo daquela promessa,<br />

se gloriam confiantemente no fato <strong>de</strong> que seus pés repousariam<br />

doravante em solo firme. Além do mais, uma vez que Cristo, o nosso<br />

verda<strong>de</strong>iro Emanuel [Is 7.14], Aquele “em quem habita corporalmente<br />

toda a plenitu<strong>de</strong> da Divinda<strong>de</strong>” [Cl 2.9], resi<strong>de</strong> agora em nós, Ele nos<br />

forneceu motivo <strong>de</strong> júbilo mais profundo. Portanto, somos ingratos e<br />

estúpidos, se esta promessa: “Eis que estou convosco todos os dias até<br />

à consumação dos séculos” [Mt 28.20] – não nos extasiar com júbilo<br />

transbordante, especialmente quando vemos que ela é recebida publicamente,<br />

com consentimento <strong>de</strong> todos. O que até aqui temos citado<br />

acerca do <strong>de</strong>scanso ou repouso do Senhor concretizou-se, por fim, na<br />

pessoa <strong>de</strong> Cristo, como é evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Isaías 11.10: “Seu <strong>de</strong>scanso será<br />

glorioso”; neste versículo, o profeta não fala sobre o sepultamento <strong>de</strong><br />

Cristo, como alguns intérpretes presumem erroneamente, mas sobre a<br />

futura distinção da Igreja.<br />

3. Jerusalém está edificada como uma cida<strong>de</strong>. Aqui, Davi começa<br />

a celebrar os louvores <strong>de</strong> Jerusalém. Ele faz isso com o <strong>de</strong>sígnio <strong>de</strong><br />

encorajar o povo a perseverar, com invariável firmeza, em sua obediência.<br />

Era <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a mente dos piedosos que, em<br />

vez <strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixarem arrastar daqui para ali, se mantivessem constantemente<br />

fixadas naquela cida<strong>de</strong>, a qual era o vínculo <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong><br />

santa. Quando o povo se dividiu em duas corporações, isso foi o começo<br />

da melancólica <strong>de</strong>vastação. Não é surpreen<strong>de</strong>nte que encontremos<br />

Davi recomendando, com tanta veemência, o lugar que Deus havia escolhido,<br />

sabendo, como sabia, que a prosperida<strong>de</strong> da Igreja <strong>de</strong>pendia<br />

<strong>de</strong> que os filhos <strong>de</strong> Abraão cultuassem a Deus ali em pureza, segundo<br />

as observâncias <strong>de</strong>signadas da lei; <strong>de</strong>pendia também <strong>de</strong> que reconhecessem<br />

a se<strong>de</strong> real que o próprio Deus erigira ali, por sua autorida<strong>de</strong>,<br />

e a tomara sob sua proteção.<br />

Quando lemos que Jerusalém está edificada como uma cida<strong>de</strong>, não

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