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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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116 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 4-8]<br />

Seus ídolos são <strong>de</strong> prata e <strong>de</strong> ouro, obra das mãos humanas. Têm boca,<br />

mas não falam; têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; têm narinas<br />

e não cheiram; têm mãos e não sentem; têm pés e não andam; eles não<br />

falam com sua garganta. 3 Aqueles que os fazem serão semelhantes a eles,<br />

bem como aqueles que põem neles sua confiança.<br />

4. Seus ídolos. Este contraste é introduzido com o propósito <strong>de</strong><br />

confirmar a fé dos piedosos, pela qual <strong>de</strong>scansam somente em Deus,<br />

porque, excetuando-O, tudo o que a mente humana imagina a respeito<br />

da divinda<strong>de</strong> é invenção da tolice e ilusão. Conhecer o erro e a insensatez<br />

do mundo certamente contribui bastante para a confirmação da<br />

verda<strong>de</strong>ira pieda<strong>de</strong>; enquanto, em contrapartida, um Deus nos é apresentado,<br />

o qual sabemos com certeza ser o Criador do céu e terra e a<br />

quem <strong>de</strong>vemos cultuar, não sem razão ou ao léu. Para silenciar mais<br />

eficientemente a arrogância dos ímpios, que imaginam, soberbamente<br />

anular a Deus e a seu povo eleito, Deus ridiculariza <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente<br />

seus falsos <strong>de</strong>uses, chamando-os primeiramente <strong>de</strong> ídolos, isto é,<br />

coisas <strong>de</strong> nenhum valor e, em seguida, mostrando que, ao serem formados<br />

<strong>de</strong> matérias inanimadas, são <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> vida e sentimento.<br />

Pois é impossível algo mais absurdo do que esperar assistência da<br />

parte <strong>de</strong>les, visto que nem a matéria da qual são formados, nem a forma<br />

que lhes é dada, pela mão dos homens, possui a menor porção <strong>de</strong><br />

divinda<strong>de</strong>, a ponto <strong>de</strong> exigirem respeito por eles! Ao mesmo tempo, o<br />

profeta indica tacitamente que o valor do material não dá aos ídolos<br />

mais excelência, a ponto <strong>de</strong> merecerem uma estima mais elevada. Por<br />

isso, a passagem po<strong>de</strong> ser traduzida adversativamente, assim: ainda<br />

que sejam <strong>de</strong> ouro e prata, não são <strong>de</strong>uses, porque são obras das mãos<br />

3 Hammond lê assim a última sentença: “Nem fôlego, ou murmúrio, sai da garganta <strong>de</strong>les”.<br />

“Aqui, o que יהגו significa”, diz ele, “será concluído do contexto imediato, antes <strong>de</strong> mencionar<br />

‘tendo boca e não falam’. Aqui, pois (como ali a ação própria da boca era falar), a ação própria<br />

da garganta ou laringe parece estar em pauta, que é respirar. Assim, quando, <strong>Salmos</strong> 90.9 diz:<br />

“Consumimos nosso dia הגה]‏ ‏,”[כמו o Targum afirma: היך הבל פומא — ‘como vapor’, isto é, ‘hálito<br />

da boca no inverno’. Se este não é o sentido, certamente é um som inarticulado, em contraste<br />

com falar. Assim, Kimchi e Aben Ezra o afirmam e citam Isaías 38.14, on<strong>de</strong> a palavra se aplica ao<br />

arrulho da pomba”.

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