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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 136 • 457<br />

cionado em 2 Crônicas 20.21. Antes <strong>de</strong> continuar recitando as obras <strong>de</strong><br />

Deus, o salmista <strong>de</strong>clara a suprema <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> e domínio <strong>de</strong> Deus. Essa<br />

linguagem comparativa não implica que há qualquer ser que chegue<br />

perto <strong>de</strong> assemelhar-se a Ele, e sim que há nos homens, sempre que<br />

vêem qualquer parte da glória <strong>de</strong> Deus revelada, uma tendência <strong>de</strong><br />

concebê-Lo como separado <strong>de</strong> Si mesmo, dividindo impiamente a Deida<strong>de</strong><br />

em partes e indo ainda mais além, a ponto <strong>de</strong> fabricar <strong>de</strong>uses <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira e pedra. Há em todos uma tendência <strong>de</strong>pravada <strong>de</strong> se <strong>de</strong>leitarem<br />

numa multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>uses. Por essa razão, aparentemente, o<br />

salmista usa o plural, não só na palavra אלהים (Elohim), mas também na<br />

palavra אדונים (Adonim), <strong>de</strong> modo que o texto diz, literalmente: Louvai<br />

os Senhores dos senhores. Ele queria dá a enten<strong>de</strong>r que a mais plena<br />

perfeição <strong>de</strong> todo domínio só po<strong>de</strong> ser encontrada no Deus único.<br />

4. O único que tem feito gran<strong>de</strong>s maravilhas. Nestas palavras,<br />

o salmista inclui todas as obras <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a menor à maior, a<br />

fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar a admiração dos israelitas; pois, a <strong>de</strong>speito das marcas<br />

da sabedoria inconcebivelmente gran<strong>de</strong> e do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus que<br />

estão gravados nessas obras, estamos dispostos, por imprudência,<br />

a menosprezá-las. O salmista <strong>de</strong>clara que tudo que é digno <strong>de</strong> admiração<br />

é feito com exclusivida<strong>de</strong> por Deus, para ensinar-nos que não<br />

po<strong>de</strong>mos transferir a outro ser o menor porção <strong>de</strong> louvor <strong>de</strong>vido a<br />

Ele, sem cometermos terrível sacrilégio, pois não há vestígio <strong>de</strong> divinda<strong>de</strong>s,<br />

em todas as regiões do céu e da terra, com as quais nos seja<br />

lícito compará-Lo ou equipará-Lo. Ele prossegue louvando a sabedoria<br />

<strong>de</strong> Deus, exibida como particularmente na habilida<strong>de</strong> com que os céus<br />

foram criados, evi<strong>de</strong>nciando, num grau surpreen<strong>de</strong>nte, a excelente discriminação<br />

com que são adornados. 4<br />

Em seguida, ele passa a falar sobre a terra, a fim <strong>de</strong> levar-nos a<br />

formar uma avaliação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>sta gran<strong>de</strong> e memorável obra <strong>de</strong><br />

Deus, visto que Ele esten<strong>de</strong>u uma superfície vazia e seca acima das<br />

4 “Les cieux sont composez d’um si excellent et bel artifice, qu’ils crient que c’est d’une façon<br />

admirable qu’ils ont este ornez d’une si plaisante distinction” – fr.

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