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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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56 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

médico para ninguém, exceto para aqueles que, em um espírito genuinamente<br />

humil<strong>de</strong>, erguem seus suspiros e gemidos a Deus e não<br />

se tornam empe<strong>de</strong>rnidos ante as suas aflições.<br />

23. Eu ando como a sombra quando <strong>de</strong>clina. Estas são duas similitu<strong>de</strong>s<br />

bem apropriadas. Quanto à primeira, já adverti em <strong>Salmos</strong><br />

102.12, a saber, que a pessoa aflita e aquela que está quase <strong>de</strong>sfalecida<br />

são comparadas, <strong>de</strong> forma mui apropriada, à sombra vespertina. Ao<br />

nascer do sol ou quando ele brilha ao meio-dia com o máximo fulgor, a<br />

mudança constante da sombra não é tão perceptível; mas, ao pôr-dosol,<br />

a sombra foge <strong>de</strong> nós a cada momento que passa. Quanto à outra<br />

similitu<strong>de</strong>, ela realça a natureza transitória <strong>de</strong> todas as coisas <strong>de</strong>baixo<br />

do céu. Pois como os gafanhotos estão constantemente saltitando <strong>de</strong><br />

um lugar para outro, assim Davi se queixa <strong>de</strong> sua vida ser mais incômoda<br />

por incessante perseguição, <strong>de</strong> modo que não lhe permitia nenhum<br />

lugar <strong>de</strong> repouso. E isto se assemelha ao que diz <strong>Salmos</strong> 11.1: ele era<br />

compelido a fugir como um pardal, contra o qual o caçador arma re<strong>de</strong>s<br />

em todas as direções. Em suma, Davi lamenta sua situação <strong>de</strong>solada,<br />

a situação em que não podia achar nenhum lugar <strong>de</strong> segurança e que,<br />

mesmo entre os homens, não conseguia nenhum lugar <strong>de</strong> habitação.<br />

E, como neste Salmo ele nos apresenta um quadro <strong>de</strong> toda a Igreja, não<br />

<strong>de</strong>vemos ficar perplexos se Deus nos sonda e nos <strong>de</strong>sperta <strong>de</strong> nossa<br />

letargia, com inumerável varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventos. Conseqüentemente,<br />

Paulo, em 1Coríntios 4.11, falando <strong>de</strong> si mesmo e dos <strong>de</strong>mais, diz que<br />

não temos morada certa — uma <strong>de</strong>scrição que é mais ou menos aplicável<br />

a todos os filhos <strong>de</strong> Deus.<br />

24. Meus joelhos se tornaram frágeis. Ainda que Davi enfrentasse<br />

as necessida<strong>de</strong>s da vida, se extenuou por meio <strong>de</strong> abstinência<br />

voluntária, à qual, em conjunção com a oração, ele se entregou. Portanto,<br />

po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar este versículo como expressão <strong>de</strong> sua<br />

dor e tristeza. Po<strong>de</strong>mos ainda compreendê-lo como expressão <strong>de</strong> não<br />

sentir nenhum prazer em comida e bebida, sabendo, como o fazemos,<br />

que as pessoas que sofrem dor e triste não sentem apetite por<br />

alimento: a própria vida lhes é incômoda. Deveríamos restringir a in-

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