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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 110 • 65<br />

1. Disse Jehovah a meu Senhor. 4 O que se afirma aqui po<strong>de</strong>, até<br />

certo ponto, aplicar-se à pessoa <strong>de</strong> Davi, visto que ele não ascen<strong>de</strong>u<br />

ilegalmente ao trono real, nem chegou àquela posição por meio <strong>de</strong> artifícios<br />

nefandos, nem a atingiu por meio dos sufrágios levianos do povo,<br />

e sim pela autorida<strong>de</strong> direta <strong>de</strong> Deus, que reinava sobre Israel. Po<strong>de</strong>-se<br />

afirmar com justiça que todos os reis da terra foram postos em seus tronos<br />

pela mão <strong>de</strong> Deus, pois os reinos <strong>de</strong>ste mundo são <strong>de</strong>signados pelo<br />

<strong>de</strong>creto celestial, e “não há autorida<strong>de</strong> que não proceda <strong>de</strong> Deus” [Rm<br />

13.1]. Além disso, como esse reino era totalmente peculiar, o propósito<br />

<strong>de</strong> Davi era fazer distinção entre esse reino e todos os <strong>de</strong>mais. Deus<br />

investe reis em autorida<strong>de</strong> (mas estes não são consagrados como o foi<br />

Davi), para que como ele, em conseqüência da santa unção com óleo,<br />

fossem elevados à condição <strong>de</strong> vice-regentes <strong>de</strong> Cristo. No Salmo 82, os<br />

reis são chamados <strong>de</strong>uses, porque, pela vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, mantêm sua<br />

posição e, em alguns aspectos, são representantes dEle (estando todo o<br />

po<strong>de</strong>r alojado nele); mas não são vestidos com aquela sacra majesta<strong>de</strong><br />

com a qual Davi foi honrado como tipo do Filho unigênito <strong>de</strong> Deus. Além<br />

do mais, ele observa corretamente que o reino lhe foi conferido <strong>de</strong> uma<br />

maneira totalmente distinta dos <strong>de</strong>mais reis terrenos, os quais, embora<br />

reconheçam que é pela graça <strong>de</strong> Deus que reinam, ao mesmo tempo não<br />

consi<strong>de</strong>ram que são sustentados pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>le, mas, ao contrário,<br />

imaginam que reinam ou por sua própria habilida<strong>de</strong> administrativa, por<br />

direito hereditário ou pela bonda<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stino. Portanto, no que diz respeito<br />

a si mesmos, é preciso afirmar que não têm nenhum direito legítimo<br />

para reinar. E, visto que não reconhecem a mão <strong>de</strong> Deus naquilo que recebem<br />

dEle, a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Deus não po<strong>de</strong> ser-lhes propriamente dirigida.<br />

Davi, que era bem consciente <strong>de</strong> ser ungido por Deus, para ser rei sobre<br />

Israel, e mantinha uma posição obscura e retraída, até ser convocado a<br />

4 “Disse o Se n h o r a meu Senhor. No hebraico: ‘Disse, seguramente, Jehovah a meu Adon’; esta<br />

última palavra é usada para significar senhor em gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> posição, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o chefe <strong>de</strong><br />

uma família ao soberano <strong>de</strong> um império. Em sua origem, esse título parece assemelhar-se ao vocábulo<br />

cardinal (que significa, primariamente, dobradiça), visto que adon significa um suporte. Por<br />

isso, ela é aplicada figuradamente a magistrados executivos, sobre quem repousa o governo e em<br />

torno <strong>de</strong> quem giram as ativida<strong>de</strong>s públicas”.

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