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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 139 • 485<br />

tornaste familiarizado ou acostumado com meus caminhos; 4 como se<br />

Davi louvasse a Deus por ser dotado <strong>de</strong> sabedoria e conselho. Embora<br />

o verbo esteja no Hiphil, não tenho tido nenhuma hesitação em assinalá-lo<br />

como <strong>de</strong> significação neutra – Senhor, tu estás tão acostumado<br />

com meus caminhos, que te são familiares.<br />

4. Pois não há nem uma palavra em minha língua. Estas palavras<br />

admitem duplo significado. Por isso, alguns as enten<strong>de</strong>m com o<br />

sentido <strong>de</strong> que Deus sabe o que vamos dizer antes mesmo <strong>de</strong> as palavras<br />

serem formuladas por nossa língua. Outros, com o sentido <strong>de</strong><br />

que, embora não pronunciemos sequer uma palavra e tentemos, pelo<br />

silêncio, ocultar nossas intenções secretas, não po<strong>de</strong>mos escapar à<br />

observação divina. Ambas as traduções equivalem à mesma coisa, e<br />

não importa qual <strong>de</strong>las adotamos. A idéia implícita no salmo é que,<br />

embora a língua seja o indicador do pensamento do homem e o gran<strong>de</strong><br />

meio <strong>de</strong> comunicação, Deus, que conhece o coração, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> palavras. E usa-se a partícula <strong>de</strong>monstrativa eis para indicar enfaticamente<br />

que os recessos mais recônditos <strong>de</strong> nosso espírito estão<br />

visíveis aos olhos <strong>de</strong> Deus.<br />

Alguns lêem assim o versículo 5: por trás e por diante, tu me<br />

formaste. 5 Mas צור (tsur) freqüentemente significa fechar; e não há<br />

dúvida <strong>de</strong> que Davi queria dizer que estava cercado <strong>de</strong> todos os lados<br />

e, assim, sob a vigilância dos olhos <strong>de</strong> Deus; por isso, não podia<br />

escapar para lugar nenhum. Aquele que acha o caminho bloqueado<br />

volta atrás. Davi, porém, se achou cercado por trás, bem como por<br />

diante. A outra sentença do versículo tem o mesmo significado. Por-<br />

4 “Fecisti assuescere vias meas” – lat.<br />

5 Assim, a Septuaginta tem — “Tu me formaste”. Semelhante a esta é a tradução<br />

da versão Siríaca. Os que abraçam esse ponto <strong>de</strong> vista tomam o verbo como se o radical fosse<br />

pressionar, (afligir, צור tem <strong>de</strong> ser צרתני (yatsar). “Mas”, diz Phillips, “é certo que o radical <strong>de</strong> יצר<br />

cercar). Por isso, o significado do versículo <strong>de</strong>ve ser este: ‘De tal modo tu me tens pressionado, ou<br />

me tens cercado, por <strong>de</strong>trás e por diante, que não <strong>de</strong>scubro nenhuma maneira <strong>de</strong> escapar <strong>de</strong> ti;<br />

tu puseste tua mão sobre mim <strong>de</strong> um modo que estou totalmente em teu po<strong>de</strong>r’. Toda a passagem<br />

é uma figura que representa o meticuloso conhecimento que Deus tem do homem” – Phillips. “Tu<br />

me cercaste por <strong>de</strong>trás e por diante, isto é, conheceste todos os meus feitos tão perfeitamente<br />

como se eu estivesse cercado por ti <strong>de</strong> todos os lados” – Cresswell.

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