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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 147 • 575<br />

os israelitas exilados e peregrinos <strong>de</strong>viam per<strong>de</strong>r a esperança <strong>de</strong> seu<br />

regresso, contanto que recorressem, em unanimida<strong>de</strong>, a Deus como<br />

sua única cabeça. Há também alguma plausibilida<strong>de</strong> na conjetura <strong>de</strong><br />

que o salmista estaria aludindo a esta promessa: “Olha para os céus e<br />

conta as estrelas, se é que o po<strong>de</strong>s. E lhe disse: Será assim a tua posterida<strong>de</strong>”<br />

[Gn 15.5]. Mas, como o salmista logo em seguida fala sobre<br />

a or<strong>de</strong>m das coisas na natureza, a tradução mais simples, creio eu, é<br />

enten<strong>de</strong>r este versículo com uma referência à admirável obra <strong>de</strong> Deus<br />

vista nos céus, on<strong>de</strong> contemplamos a sua sabedoria ímpar, ao regular,<br />

sem qualquer grau <strong>de</strong> variação, os multiformes, complexos e sinuosos<br />

percursos das estrelas. Para ensinar sobre essas obras, o salmista assinala<br />

a função fixa e distinta <strong>de</strong>las; e, em toda a multidão <strong>de</strong>las, não<br />

há confusão. Por isso, ele exclama: Gran<strong>de</strong> é Deus e ilimitado tanto em<br />

po<strong>de</strong>r como em entendimento. Disso apren<strong>de</strong>mos que não po<strong>de</strong> haver<br />

maior estultícia do que o fazermos <strong>de</strong> nosso juízo o instrumento para<br />

medir as obras <strong>de</strong> Deus, que manifesta nelas, como sempre o faz, seu<br />

incompreensível po<strong>de</strong>r e sabedoria.<br />

6. Jehovah ergue o miserável. Atribuir isso a Deus ten<strong>de</strong> a confirmar<br />

nossa esperança em aflição e impe<strong>de</strong> nossas almas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfalecer<br />

ante o sofrimento. Disso po<strong>de</strong>mos inferir que, embora nossos pais que<br />

viveram sob a Lei tenham sido tratados com mais brandura, eles sabiam<br />

algo daquela guerra com a qual Deus nos exercita diariamente,<br />

a fim <strong>de</strong> levar-nos a buscar nosso verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>scanso em outro lugar<br />

além <strong>de</strong>ste mundo. Se uma dúvida penetra sorrateiramente a mente dos<br />

que têm passado por aflições intensas, uma dúvida quanto à vinda daquele<br />

auxílio que Deus prometeu, que esta verda<strong>de</strong> irrompa em nossa<br />

lembrança: somos prostrados para que Deus nos levante novamente. E<br />

se, ao contemplarmos a prosperida<strong>de</strong> dos perversos, somos atingidos<br />

e inflamados pela inveja, estas palavras do salmista <strong>de</strong>vem vir à nossa<br />

mente: eles são elevados para serem lançados na <strong>de</strong>struição. Ao falar<br />

que são lançados em terra, não po<strong>de</strong> haver dúvida <strong>de</strong> que o salmista<br />

faz uma censura direta ao orgulho <strong>de</strong>les, que os faz exaltarem-se até às<br />

alturas, como se pertencessem a uma or<strong>de</strong>m superior <strong>de</strong> seres.

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