31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

166 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

gar para si qualquer mérito em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus próprios empenhos.<br />

O chamado ao exercício da gratidão, que segue imediatamente, tem<br />

o propósito <strong>de</strong> nos advertir contra o ren<strong>de</strong>r-nos à loucura <strong>de</strong> nossos<br />

inimigos, por mais furiosos que se mostrem contra nós, a fim <strong>de</strong> privar-nos<br />

da alegria que Cristo nos conquistou. De Cristo <strong>de</strong>riva toda a<br />

nossa felicida<strong>de</strong>; conseqüentemente, não haverá motivo para admiração,<br />

se todos os ímpios se inflamarem <strong>de</strong> aborrecimento e sentirem-se<br />

indignados ante o fato <strong>de</strong> sermos elevados a um clímax <strong>de</strong> gozo tão<br />

sublime, que superamos toda tristeza e suavizamos todas a severida<strong>de</strong><br />

das provas que temos suportado.<br />

Antes do advento <strong>de</strong> Cristo, a oração que aparece em seguida era<br />

familiar ao povo e às crianças, pois os evangelistas <strong>de</strong>claram que Cristo<br />

foi recebido com esta forma <strong>de</strong> saudação. Certamente era a vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus ratificar, naquele tempo, a predição que Ele falara pelos lábios<br />

<strong>de</strong> Davi. Ou melhor, essa exclamação <strong>de</strong>monstra nitidamente que a<br />

interpretação contra a qual os ju<strong>de</strong>us ergueram um clamor era unanimemente<br />

admitida; e isso torna sua obstinação e malícia ainda mais<br />

inescusáveis. Eu os culpo não por sua estupi<strong>de</strong>z, visto que se <strong>de</strong>ixam<br />

envolver intencionalmente por um misto <strong>de</strong> ignorância, a fim <strong>de</strong> cegarem<br />

a si mesmos e aos <strong>de</strong>mais. E, como os ju<strong>de</strong>us nunca cessaram <strong>de</strong><br />

pronunciar esta oração durante aquela dolorosa <strong>de</strong>solação e aquelas<br />

chocantes <strong>de</strong>vastações, sua perseverança <strong>de</strong>ve inspirar-nos com novo<br />

vigor nestes dias.<br />

Naquele tempo, os ju<strong>de</strong>us não tinham a honra <strong>de</strong> um reino, um<br />

trono real, um nome senão com Deus. Contudo, nesse estado <strong>de</strong>plorável<br />

e corrompido, apegaram-se à forma <strong>de</strong> oração outrora prescrita<br />

para eles pelo Espírito Santo. Instruídos por seu exemplo, não <strong>de</strong>sfaleçamos<br />

em orar ar<strong>de</strong>ntemente pela restauração da Igreja, a qual,<br />

em nossos dias, se encontra envolta em melancólica <strong>de</strong>solação. Além<br />

disso, nestas palavras somos também informados que o reino <strong>de</strong><br />

Cristo não é erigido e <strong>de</strong>senvolvido pela política humana, e sim que<br />

esse reino é uma obra exclusiva <strong>de</strong> Deus, pois os fiéis são ensinados<br />

a confiar somente na bênção dEle. Além do mais, a própria repetição

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!