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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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366 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

mem maior elegância à expressão do salmista; e, nesse caso, שיבת seria<br />

um substantivo do mesmo verbo usado no início do versículo. 5 No entanto,<br />

como isso faz pouca diferença quanto ao sentido, é suficiente<br />

comentar isso <strong>de</strong> passagem a meus leitores.<br />

2. Então, a nossa boca se encheu <strong>de</strong> riso. O advérbio <strong>de</strong> tempo<br />

(az) é comumente traduzido por então. Mas, como os verbos estão אז<br />

no tempo futuro, a minha conclusão é que não é impróprio que o advérbio<br />

seja traduzido assim: Agora, a nossa boca ficará cheia e agora<br />

eles dirão. No entanto, se admitirmos o que alguns doutores hebreus<br />

afirmam, que a função <strong>de</strong>sta partícula é converter o tempo futuro em<br />

pretérito, o advérbio então será a palavra apropriada. O <strong>de</strong>sígnio do<br />

profeta não é obscuro, <strong>de</strong> modo algum. Ele <strong>de</strong>seja que o povo se regozijando<br />

por causa <strong>de</strong> seu regresso, e não esquecesse a graça <strong>de</strong> Deus.<br />

Por isso, ele <strong>de</strong>screve um júbilo extraordinário, <strong>de</strong> tal natureza que<br />

encha <strong>de</strong> a mente <strong>de</strong>les e os impulsione a prorromperem em gesto e<br />

voz extravagantes.<br />

Ao mesmo tempo, o salmista dá a enten<strong>de</strong>r que houve bom motivo<br />

para esse júbilo, segundo o qual cumpria aos filhos <strong>de</strong> Deus se<br />

alegrarem em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu regresso à sua terra. Assim como naquele<br />

período não houve nada mais infeliz do que viverem eles em cativeiro,<br />

durante o qual foram, <strong>de</strong> certo modo, <strong>de</strong>sapossados da herança que<br />

Deus lhes prometera, assim também não havia nada que lhes teria sido<br />

mais <strong>de</strong>sejável do que serem eles restaurados. Visto que a restauração<br />

ao seu próprio país foi uma prova da renovação <strong>de</strong> sua adoção divina,<br />

não é surpresa encontrarmos o profeta afirmando que sua boca estava<br />

cheia <strong>de</strong> riso, e sua língua, <strong>de</strong> exultação. Com júbilo semelhante, conseguimos<br />

nos dias atuais exultar quando Deus congrega sua Igreja. E<br />

5 Isto é, seria <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> שוב (shrub), ele regressou, enquanto, se fosse traduzido por cativeiro,<br />

sua <strong>de</strong>rivação seria <strong>de</strong> שבה (shabah), ele levou cativo. Parece que os tradutores da Bíblia inglesa<br />

ficaram na dúvida se שיבת (shibath), <strong>de</strong>via ser traduzida como <strong>de</strong>rivada do primeiro <strong>de</strong>stes verbos<br />

ou do segundo. Neste caso, a redação no texto seria: “regressaram <strong>de</strong> seu cativeiro”, e sua redação<br />

marginal seria: “empreen<strong>de</strong>ram o retorno”. Há um jogo nas palavras ‏,שוב “voltar”, e ‏,שיבת “cativeiro”.<br />

Devemos observar que a parte conclusiva <strong>de</strong>sta sentença no texto provém do comentário<br />

francês <strong>de</strong> Calvino. Não há nada para representá-la na versão latina.

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