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Comentário de Salmos - Vol 4

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 111 • 81<br />

é um tema que, em geral, escapa à observação dos homens; por isso,<br />

poucos <strong>de</strong>ntre eles são familiarizados com esse tema. O profeta atribui<br />

essa ignorância à indiferença e ingratidão dos homens — comparativamente,<br />

poucos <strong>de</strong>ntre eles se dão ao trabalho <strong>de</strong> notar a gran<strong>de</strong><br />

sabedoria, bonda<strong>de</strong>, justiça e po<strong>de</strong>r que resplen<strong>de</strong>m nestas obras.<br />

Os expositores se acham divididos em sua percepção da segunda<br />

sentença do versículo. Alguns o traduzem procuradas por todos<br />

os seus <strong>de</strong>leites; e, <strong>de</strong>veras, o termo hebraico חפף (chaphets) significa<br />

beneplácito; mas, como esta é uma interpretação abrupta <strong>de</strong>mais, é<br />

melhor entendê-lo como um adjetivo, expressando a idéia <strong>de</strong> amável<br />

ou <strong>de</strong>sejável. Quanto ao particípio procuradas, o qual, segundo o verbo<br />

hebraico דרש (darash), <strong>de</strong>nota propriamente buscar com diligência;<br />

contudo, achamos que as obras <strong>de</strong> Jehovah são, neste lugar, chamadas<br />

(<strong>de</strong>rushim), isto é, percebidas ou <strong>de</strong>scobertas. Por isso, lermos em דרושים<br />

Isaías 65.1: “Fui achado pelos que não me buscavam”. Contudo, não<br />

<strong>de</strong>vemos per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o <strong>de</strong>sígnio do profeta, a saber, que, em conseqüência<br />

<strong>de</strong> tão poucos se aplicarem ao estudo das obras <strong>de</strong> Deus, ele<br />

nos ensina que essa é a razão por que tantos são cegos em meio aos<br />

eflúvios <strong>de</strong> luz; pois, quando o salmista diz que a excelência das obras<br />

<strong>de</strong> Deus é conhecida a todos quantos a <strong>de</strong>sejem, ele quer dizer que<br />

ninguém é ignorante acerca <strong>de</strong>la, exceto os que são voluntariamente<br />

cegos, ou melhor, os que extinguem maligna e <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente a luz<br />

que lhes é oferecida.<br />

No entanto, <strong>de</strong>vemos atentar aos meios que possuímos para chegar<br />

ao conhecimento <strong>de</strong>ssas obras, porque sabemos que, enquanto os<br />

fiéis estiverem na terra, suas percepções são embotadas e frágeis, <strong>de</strong><br />

modo que não po<strong>de</strong>m penetrar os mistérios nem compreen<strong>de</strong>r a importância<br />

das obras <strong>de</strong> Deus. Mas, embora a imensidão da sabedoria,<br />

eqüida<strong>de</strong>, justiça, po<strong>de</strong>r e misericórdia <strong>de</strong> Deus seja incompreensível<br />

em suas obras, os fiéis adquirem muito conhecimento <strong>de</strong>ssas obras,<br />

que, por sua vez, os qualificam para manifestarem a glória <strong>de</strong> Deus. Só<br />

nos tornando firmes e reverentes estudantes das obras <strong>de</strong> Deus é que<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>leitar-nos nelas, ainda que para os réprobos seu seja valor

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